Líderes locais e regionais aprovaram, esta quarta-feira, um parecer sobre o futuro da Política Agrícola Comum (PAC), durante a 161.ª sessão plenária do Comité das Regiões Europeu, em Bruxelas, na Bélgica.
O documento foi elaborado pela portuguesa Isilda Gomes e pelo polaco Piotr Calbecki, e a 'luz verde' dada por maioria, numa sessão dirigida por Vasco Cordeiro, presidente do Comité das Regiões.
No início da 161.ª sessão plenária do Comité das Regiões Europeu, Vasco Cordeiro sublinhou que o mandato para os próximos cinco anos era “desafiante”.
Quanto ao futuro da agricultura, o presidente do comité apontou que este era um “debate que vem na altura oportuna”, face ao “descontentamento crescente” dos agricultores - que foi bem visível em alguns momentos este ano, com protestos por toda a Europa, alguns dos quais em que chegaram mesmo a ser registados confrontos com as autoridades. “As preocupações dos agricultores não podem ser esquecidas por decisores políticos”, alertou, sublinhando que era preciso também olhar para as zonas mais periféricas.
Já Isilda Gomes, falou após a intervenção do presidente do comité, sublinhando que a agricultura foi um tema que esteve no centro dos debates nos últimos anos. “O nosso dever é encontrar soluções sustentáveis para melhorar a vida de todos os agricultores na Europa”, apontou.
A socialista Isilda Gomes destacou que a regulamentação do mercado era vital neste âmbito, que práticas desleais devem ser proibidas e que é necessário que uma regulamentação mais equitativa tenha lugar em acordos comerciais. “A comida não é um produto como qualquer outro”, defendeu.
“Este é o primeiro passo e talvez o mais importante. Se conseguirmos pôr em prática esta regulamentação do mercado teremos mais margem de manobra para ajudar agricultores a a implementar a transição ecológica nas suas explorações. Esta transição é complexa e desafiadora”, reforçou.
Na sessão esteve também presente o Comissário da Agricultura, Janusz Wojciechowskim que considerou que para além de “inspirador”, o parecer que foi votado era “um contributo chave para o diálogo no futuro da agricultura”.
O responsável sublinhou que eram esta era uma política enraizada em alguns princípios como a segurança, princípio em torno do qual “se deve trabalhar”, assim como na estabilidade. Wojciechowskim também falou da sustentabilidade, lembrando que era possível e exemplificado que desde 1990 o setor já reduziu em 20% a emissão dos gases de efeito de estufa, não deixando de aumentar a produtividade.
“Não há qualquer outra política que contribui melhor do que a PAC. É vital para a nossa segurança e defesa”, apontou, resumindo: “Não podemos ter uma União Europeia forte sem PAC uma forte. Trabalhemos em conjunto por cada região”.
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