"Este acordo reconhece o grande potencial do recurso de espodumena de lítio do Barroso. A parceria hoje anunciada vai permitir à Savannah continuar a fazer crescer a sua equipa em Portugal e continuar a desenvolver as suas várias frentes de trabalho", afirmou citado em comunicado Emanuel Proença, presidente executivo (CEO) da empresa proprietária do projeto de lítio do Barroso, no distrito de Vila Real.
Para o responsável, a parceria com a AMG, empresa internacional de materiais críticos e um dos líderes na fileira do lítio na Europa, representa "também uma maior probabilidade de reforço do investimento na fileira do lítio nacional, pelos estudos para a possível construção de uma unidade piloto de feldspato e outra refinaria de espodumena de lítio pela AMG".
Segundo o comunicado, com este acordo a AMG assume um investimento na ordem dos 19 milhões de euros no capital da Savannah.
Desta forma, a AMG Critical Materials N.V. Group, cotada na Bolsa de Amesterdão e que engloba as empresas AMG Lithium, AMG Vanadium, e AMG Technologies, passa a controlar 15,77% do capital da empresa.
Esta parceria, de acordo com o comunicado, coloca o projeto de lítio do Barroso "numa posição de grande estabilidade", em resultado de um "aumento de capital" e de um "financiamento para reforço do projeto", já que a Savannah "assegura financiamento total para completar os seus fluxos de trabalho em curso e planeados, incluindo por exemplo a expansão da equipa e aquisições de terrenos relevantes".
A AMG compromete-se ainda a comprar 45 quilotoneladas anuais (ktpa) da produção de espodumena da Savannah (até 25% do total) ao longo dos primeiros cinco anos de produção.
A Savannah disse que mantém a maioria da sua capacidade produtiva não alocada e que tal lhe permite vendê-la a um parceiro adicional ou no mercado aberto, acrescentando ainda que a mistura de quartzo e feldspato para a indústria cerâmica mantém-se também livre para novas parcerias.
A empresa anunciou ainda que trabalhará em conjunto com a AMG num estudo para a construção conjunta de uma unidade piloto de feldspato/espodumena adicional em Portugal e num estudo de construção de uma refinaria de espodumena para carbonato de lítio, a instalar em Portugal ou Espanha.
"Vemos também materializados dois desejos, que são o de manter o lítio do Barroso ao serviço da indústria automóvel europeia e o de atrair mais investimento e postos de trabalho para Portugal. Podemos assim, em parceria, contribuir de forma muito material para as metas europeias de extração e processamento de lítio para baterias definidas no Regulamento Europeu das Matérias-Primas Críticas (CRMA)", afirmou Emanuel Proença.
Já o CEO da AMG, Heinz Schimmelbush, referiu, também citado no comunicado, que a parceria com a Savannah "avança a estratégia de expansão do lítio da AMG e solidifica ainda mais o fornecimento de espodumena" deste grupo.
A mina do Barroso obteve a licença ambiental em maio de 2023 e, segundo a Savannah, em junho do ano passado, o Estudo de Definição do Âmbito confirmou o "potencial económico do projeto", estando previsto o início da produção para 2026.
"Nessa fase, a Savannah vai começar a produzir lítio suficiente para cerca de meio milhão de baterias de veículos por ano, suficiente para produzir o equivalente a mais de três vezes as compras de veículos em Portugal todos os anos", referiu ainda a empresa que contabiliza 15 anos de atividade, sete dos quais concentrados em Boticas.
A AMG é uma empresa focada na produção e desenvolvimento de materiais de armazenamento de energia, como lítio, vanádio e tântalo, com 3.600 funcionários e instalações de produção na Alemanha, Reino Unido, França, Estados Unidos, China, México, Brasil, Índia, Sri Lanka e Moçambique.
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