Em comunicado, a entidade detida pela Associação Mutualista Montepio Geral adianta que o "aumento representa um esforço significativo do grupo face à sua estratégia e trajetória de ajustamento e normalização".

A atualização em 3% da tabela salarial e cláusulas de expressão pecuniária contempla os trabalhadores ativos e reformados das empresas subscritoras do Acordo Coletivo do Grupo Banco Montepio.

Também em comunicado, o SNQTB deu conta do acordo, que será retroativo a janeiro, e afirmou que este, "considerando o valor previsível da inflação no final de 2024, irá permitir, pelo segundo ano consecutivo, recuperar uma parte do poder de compra que foi escandalosa e irresponsavelmente perdido em 2022".

Considerou ainda este um "desfecho equilibrado" do processo negocial, que responde aos anseios dos sócios, e que reflete a "forma responsável" como o SNQTB se posiciona nas negociaçõe no setor bancário.

Já na quarta-feira, os sindicatos bancários afetos à UGT disseram em comunicado ter rejeitado o aumento salarial de 3% este ano proposto pelo Montepio, garantindo que o irão fazer "em todas as mesas negociais que apresentarem valores iguais". Para estes sindicatos, perante os lucros dos bancos e o custo de vida os aumentos salariais têm de ser mais elevados.

Assim, os sindicatos da UGT reiteram a recusa em fechar acordos por 3% de aumento e avisam que passarão todos os processos negociais onde não haja um acordo superior a 3% para a fase de conciliação no Ministério do Trabalho.

"Se os bancos têm margem para atribuir prémios - que não são iguais, não abrangem todos os ativos nem são pensionáveis, e não chegam aos reformados - a solução é simples: deixem de subverter a negociação coletiva e canalizem essas verbas para as matérias contratualizadas, como níveis e cláusulas de expressão pecuniária", remataram Mais Sindicato, SBN e SBC.

O SNQTB já tinha chegado a acordo, em maio, com o grupo negociador da banca (que integra vários bancos mas exclui entidades como Caixa Geral de Depósitos, BCP e Montepio, que têm contratação coletiva própria) para aumentos de 3% este ano.

Os sindicatos bancários afetos à UGT consideraram esse acordo uma traição aos bancários.

O Banco Montepio teve lucros de 28,4 milhões em 2023, menos 16% face a 2022, devido ao impacto negativo da venda do Finibanco Angola. Já no primeiro trimestre deste ano registou lucros de 32,1 milhões de euros, uma queda de 9,1% em relação ao período homólogo, adiantou a instituição, em comunicado hoje divulgado.

[Notícia atualizada às 11h53]

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