"É necessário que o Banco [do Japão] considere se são necessários mais ajustamentos à política monetária do ponto de vista da gestão de risco", de acordo com a ata da reunião mensal da instituição, terminada a 14 de junho.
"Embora a evolução dos preços tenha correspondido às perspetivas do Banco, existe a possibilidade de os preços se desviarem para cima do cenário base se houver outra transmissão dos recentes aumentos de custos aos preços no consumidor", alertou o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês).
A inflação no país tem-se fixado num intervalo entre 2% e 2,5% nos últimos meses, perto da meta de 2% fixada pelo banco central japonês.
A instituição disse que a inflação está a estabilizar, mas considerou ser ainda difícil determinar se os aumentos salariais da primavera (os maiores em mais de 30 anos) "têm sido suficientemente refletidos nas estatísticas", numa altura em que o consumo continua fraco.
No dia 14, o BoJ anunciou um corte na compra de títulos de dívida pública, em mais um passo rumo à progressiva normalização monetária, mas optou por manter a taxa de juro de referência de curto prazo em 0,1%.
Apesar de um aumento em março, que pôs fim a mais de uma década de taxas negativas, o Japão continua com juros muito abaixo das outras principais economias mundiais, incluindo a Reserva Federal dos EUA (5,5%) e o Banco Central Europeu (4,25%).
Uma tendência que tem levado a moeda do Japão a desvalorizar-se. A moeda nipónica estava hoje a negociar numa faixa acima dos 159 ienes por dólar, depois de no final de abril ter caído para 160 ienes, pela primeira vez em 34 anos.
De acordo com a ata da reunião, os membros do comité do BoJ estão conscientes de que a evolução das taxas de câmbio tem um amplo impacto na atividade económica e, se continuar descontrolada, "afetará o bom desenvolvimento da economia".
No entanto, o documento acrescentou que, dado não afetar apenas o mercado cambial, a política monetária deve ser implementada com base num cenário mais amplo.
O banco central mostrou-se ainda cauteloso relativamente às sucessivas suspensões de exportações por parte de importantes fabricantes automóveis japoneses devido a irregularidades nas fiscalizações.
O BoJ concluiu ser "apropriado continuar com a atual flexibilização monetária por enquanto", até para avaliar os efeitos dessas suspensões na economia do Japão.
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