No mercado cambial, a moeda japonesa atingiu nas primeiras horas da manhã em Tóquio 171,79 ienes por euro, o nível mais baixo da sua história, enquanto face ao dólar foi cotada no intervalo entre 160,78 e 160,88 ienes, o nível mais baixo desde dezembro de 1986.
O vice-ministro das Finanças japonês e principal responsável pelas questões cambiais reafirmou o compromisso do Governo em tomar "medidas apropriadas" e acrescentou que a rápida depreciação representa "uma séria preocupação".
"Não temos níveis específicos em mente, mas estamos determinados a responder aos movimentos rápidos e desordenados liderados por especuladores", disse Masato Kanda.
"Neste contexto, a recente e rápida desvalorização do iene é uma preocupação séria", disse o governante, em declarações divulgadas pela agência de notícias pública japonesa Kyodo.
A nova depreciação do iene surgiu após rumores de que a Reserva Federal dos EUA (Fed) poderia continuar a adiar um esperado corte nas taxas de juro e até voltar aos aumentos para controlar a inflação.
Em março, o banco central do Japão decidiu aumentar as taxas de juro de referência de curto prazo para 0,1%, no primeiro aumento em 17 anos, pondo um fim a décadas de taxas negativas.
No entanto, o iene continuou a cair, dado que a taxa de juros ainda está longe das praticadas pelos principais bancos centrais, incluindo nos Estados Unidos e na União Europeia.
A fraqueza da moeda japonesa tem sido associada por analistas não só a esta divergência política, mas a outros fatores de risco como o progresso do conflito no Médio Oriente e o aumento do preço do petróleo nos mercados internacionais
Um iene fraco beneficia os negócios estrangeiros das empresas japonesas, que veem as remessas inflacionadas quando são repatriadas e melhora a competitividade dos seus produtos.
Por outro lado, tem um impacto negativo nas contas do Japão, ao tornar mais caras as importações, algo de que o país é altamente dependente.
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