Sitesul critica recurso "abusivo" da Autoeuropa ao 'lay-off'

O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (Sitesul) acusou hoje a Autoeuropa de recorrer "de forma abusiva" ao regime de `lay-off´, para financiar a modernização da fábrica de automóveis de Palmela.

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Lusa
03/07/2024 16:39 ‧ 03/07/2024 por Lusa

Economia

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"A empresa não pode alegar a crise empresarial para o requerimento do `lay-off´. Os dados demonstram que não há nenhuma crise na Autoeuropa -- quem nos dera a todos termos uma crise destas, com lucros fabulosos e produções elevadíssimas", disse o sindicalista Manuel Bravo, do Sitesul, durante uma audição daquele sindicato na Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão da Assembleia da República.

Segundo Manuel Bravo, a fábrica de automóveis da Volkswagen em Palmela, no distrito de Setúbal, produziu 220.100 automóveis em 2023, mais 14% do que em 2022, e o grupo Volkswagen, que tem 119 fábricas espalhadas por todo o mundo, registou "mais de 16 mil milhões de euros em 2023, o que representa um acréscimo de 7,6% em relação a 2022".

Para o dirigente sindical, estes números demonstram que o grupo Volkswagen não só não atravessa nenhuma situação de crise, como reúne todas as condições para que os seus acionistas assumam os investimentos necessários à modernização da fábrica de Palmela, em vez de recorrerem ao que consideram ser um "financiamento abusivo", através da Segurança Social.

"Com o argumento da sustentabilidade da Segurança Social, os sucessivos governos têm vindo a prolongar a idade de acesso à reforma por velhice. E depois vamos entregar dinheiro da Segurança Social, contribuições dos trabalhadores, a uma multinacional com estes resultados", corroborou outro sindicalista do Sitesul na audição requerida pelo grupo parlamentar do PCP.

Numa outra audição à Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa durante a manhã, também a pedido do PCP, a deputada comunista Paula Santos, eleita por Setúbal, também acusou a Autoeuropa de estar a recorrer de forma "abusiva" ao regime de `lay-off' (redução temporária dos períodos normais de trabalho ou suspensão dos contratos de trabalho).

Paula Santos disse que o Governo tinha informado no passado dia 28 de junho que havia quatro pedidos de `lay-off´ por parte da Autoeuropa, mas que nenhum tinha sido ainda deferido pelo Instituto da Segurança Social.

"Como é possível a Autoeuropa dizer que está em `lay-off´, quando ainda não há, sequer, um deferimento da Segurança Social", questionou a deputada do PCP.

Leia Também: PCP acusa Autoeuropa de aplicar `lay-off´ sem aprovação da Seg. Social

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