Os trabalhadores da Carris iniciaram hoje uma greve parcial que se prolonga até sexta-feira, depois de terem cumprido no dia 12 uma paralisação de 24 horas que terá registado uma adesão superior a 90%, segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP).
Em declarações hoje à agência Lusa, Manuel Leal, do STRUP, adiantou que esta é uma greve às duas primeiras horas e às duas últimas do serviço de cada trabalhador.
De acordo com o sindicalista, os horários são completamente diversificados, com os trabalhadores a entrarem ao serviço às 03h00, havendo depois várias entradas a horas diferentes ao longo do dia.
"Está a ter uma forte adesão no seguimento do que têm sido as últimas greves dos trabalhadores da Carris. É uma greve parcial, por isso é difícil avançar com uma percentagem de adesão", disse.
Manuel Leal destacou que os serviços estão a ser "fortemente" afetados pela greve parcial.
"Tendo em conta este quadro, sendo uma greve diferente de uma greve total, há sempre carros a circular, mas ao nível dos tempos de espera e da frequência da passagem dos veículos aí é que se nota grandes afetações", disse.
O sindicalista lembrou que em causa está a falta de resposta da administração às reivindicações de aumento real dos salários, a atualização do subsídio de alimentação, a evolução para as 35 horas semanais de serviço, com inclusão dos tempos de deslocação dos trabalhadores, "e o reatamento do processo de negociação, que foi unilateralmente interrompido pela empresa".
"Entretanto, tivemos 'feedback', por parte da empresa, que agendou uma reunião para dia 23 com os trabalhadores. Esperemos que o conselho de administração saiba ler todo este nível de descontentamento dos trabalhadores e dê respostas para desbloquear o conflito", concluiu.
A agência Lusa tentou obter dados de adesão à greve e afetação dos serviços à greve parcial junto da empresa, que remeteu informação para mais tarde.
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