Meteorologia

  • 06 SEPTEMBER 2024
Tempo
18º
MIN 14º MÁX 23º

Mudanças na lei laboral? Têm seguido "uma linha pouco consistente"

A legislação laboral tem registado alguma instabilidade e as mudanças não têm sempre seguido uma linha consistente, diz o presidente do Conselho Económico e Social, Luís Pais Antunes, sustentando que, sendo a mudança necessária, deve ser gerida com cuidado.

Mudanças na lei laboral? Têm seguido "uma linha pouco consistente"
Notícias ao Minuto

06:29 - 21/07/24 por Lusa

Economia Luís Pais Antunes

Em entrevista à agência Lusa, Luís Pais Antunes considera que "tem existido um excesso de instabilidade na legislação laboral e, sobretudo, uma linha pouco consistente", o que leva a que haja "muitas matérias em que se deu um passo em frente, dois passos atrás" e noutras em que se deram passos para o lado.

 

Acentuando que não tem um discurso crítico da mudança, porque esta é necessária, considera, contudo, que esta deve ser gerida com cuidado, sendo esta leitura válida para a legislação laboral, a legislação fiscal, ambiental ou energética.

"Não acho mal, em si, que haja revisões" e que se tente "encontrar as melhores soluções para os problemas conhecidos. O que acho pouco desejável -- e isto vale para a legislação laboral, como vale para a legislação ambiental ou energética -- é fazer alterações em harmónio", disse, notando que esta instabilidade é má para o funcionamento da economia, porque diminui o grau de previsibilidade dos agentes económicos.

Questionado sobre se a intenção de revisitar a Agenda do Trabalho Digno -- já manifestada pelo Governo -- não vai potenciar esta instabilidade, Luís Pais Antunes remete essa leitura para o Conselho Permanente de Concertação Social (onde têm assento o Governo, as confederações patronais e as centrais sindicais), dizendo apenas que o ritmo das mudanças na legislação deve acompanhar o ritmo das mudanças na sociedade, sendo "normal que haja a tentativa de procurar sempre encontrar as melhores respostas para os problemas".

Sobre o facto de os tribunais estarem a decidir de forma diferente relativamente à presunção de laboralidade dos trabalhadores das plataformas digitais -- uma das matérias legisladas na Agenda do Trabalho Digno -- o novo presidente do Conselho Económico e Social (CES) refere que esta divergência das decisões dos tribunais sobre um mesmo tema não é nova e que pode ser ainda prematuro tirar conclusões sobre a clareza da norma.

"Acho normal, em qualquer área, não é um problema da área laboral, é um problema da aplicação do direito em qualquer domínio, em que há decisões contraditórias", disse, salientando que esta situação provavelmente levará a que mais tarde ou mais cedo haja uma uniformização de jurisprudência pelo supremo tribunal.

Sobre a intenção, também já manifestada no seio da Concertação Social, de revisitar o acordo de rendimentos (assinado em outubro de 2022 e reforçado um ano depois) e o acordo de formação profissional, Luís Pais Antunes remete, também aqui, a questão para os parceiros sociais, notando apenas que tem visto que há um entendimento bastante grande sobre a necessidade de revisitar esses acordos, até porque "há muitos pontos dos acordos que não foram sequer iniciados".

Sublinhando que revisitar é um termo que tem alguma neutralidade, assinala que revisitar significa "isso mesmo: voltar ao acordo, ver aquilo que já foi feito e o que é que está bem e que deve ser intensificado, o que é que afinal não está a produzir resultados e deve ser reavaliado".

Luís Pais Antunes tomou posse como presidente do CES no início deste mês, sucedendo neste cargo a Francisco Assis.

Leia Também: Portugal tem "pouco a ganhar em repetir eleições até à exaustão"

Recomendados para si

;

Receba as melhores dicas de gestão de dinheiro, poupança e investimentos!

Tudo sobre os grandes negócios, finanças e economia.

Obrigado por ter ativado as notificações de Economia ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório