A informação foi avançada à agência Lusa por um membro da equipa de Mario Draghi, que referiu que, apesar de ter vindo a existir "alguma evolução nesta matéria", está agora previsto que "o relatório seja apresentado em setembro".
Em causa está o relatório que o ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) está a preparar sobre a competitividade europeia, cuja apresentação esteve inicialmente prevista para junho, depois para julho e agora só para setembro, após uma interrupção para férias nas instituições da União Europeia.
No seu discurso sobre o Estado da União, proferido em setembro passado, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou um relatório sobre a competitividade europeia e falou num contexto "desafiante" para a indústria na UE.
Na altura, a responsável elencou "três grandes desafios económicos para a indústria" em 2024, entre os quais a "escassez de mão-de-obra e de competências, a inflação" e a necessidade de "facilitar a atividade das empresas", quando se regista um contido crescimento económico.
Por essa razão, Von der Leyen pediu ao ex-presidente do BCE, Mario Draghi, "uma das maiores mentes económicas da Europa, que preparasse um relatório sobre o futuro da competitividade europeia".
Já em abril passado, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que os relatórios económicos de Enrico Letta, apresentado para essa altura, e de Mario Draghi vão inspirar as diretrizes do próximo mandato do executivo comunitário.
Em conferência de imprensa após uma reunião do Conselho Europeu, Von der Leyen referiu que o relatório então apresentado aos líderes da UE pelo ex-primeiro-ministro italiano Enrico Letta sobre o mercado interno e o do também antigo chefe do Governo de Roma e ex-presidente do BCE Mario Draghi sobre competitividade "irão inspirar, certamente, as diretrizes que serão traçadas para o próximo mandato".
Antes, participando numa reunião informal dos ministros das Finanças da UE em fevereiro passado, Mario Draghi defendeu que a UE tem de investir "uma enorme quantidade de dinheiro público e privado" a curto prazo para competir face aos Estados Unidos e China.
De acordo com o responsável, "nos últimos anos, a ordem económica mundial sofreu profundas alterações", sendo que estas mudanças "têm várias consequências, uma das quais é clara, é necessário investir uma enorme quantidade de dinheiro num período de tempo relativamente curto na Europa".
"Não estou a falar apenas de dinheiro público, mas também de poupanças privadas, de mobilizar essas poupanças muito mais do que temos feito até agora", adiantou Mario Draghi.
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