Obras na Linha do Norte podem ficar cerca de 20 milhões mais caras

As obras na Linha do Norte entre Espinho e Vila Nova de Gaia, orçadas inicialmente em 55 milhões de euros, podem ficar cerca de 20 milhões de euros mais caras que o inicialmente previsto, segundo as revisões contratuais feitas.

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Lusa
23/08/2024 14:34 ‧ 23/08/2024 por Lusa

Economia

Espinho e Gaia

Inicialmente, aquando do lançamento do programa Ferrovia 2020, em 2016, estava previsto que as obras de requalificação decorressem entre 2017 e 2019, mas só estão a terminar atualmente.

 

A obra acabou por se iniciar em julho de 2020 e tinha um custo inicial de 55,3 milhões de euros, mas em praticamente quatro anos os custos aumentaram cerca de 20 milhões de euros, segundo as revisões publicadas no portal Base.

O aumento é fruto de 35 alterações contratuais realizadas desde novembro de 2021 junto do consórcio Azvi e DST, que está a realizar a obra, tendo a última atualização o preço de 74,8 milhões de euros.

No âmbito dos mecanismos de revisões de preços, o custo previsto até já chegou a ultrapassar os 75 milhões de euros, mas a última atualização, referente a abril, estabeleceu o valor em 74,8 milhões.

No final de julho, a IP disse à Lusa que as obras estariam concluídas no início de agosto, e estando a componente ferroviária finalizada, permanecem alguns trabalhos.

Esta semana, eram visíveis trabalhos de acabamentos na estação da Granja e no apeadeiro da Aguda, marcados pela polémica das passagens superiores pedonais ali instaladas. Na Granja faltam ainda colocar parte da cobertura do antigo edifício da estação, constatou a Lusa no local.

Também as passagens inferiores pedonal e rodoviária das Moutadas estão por abrir (estão em fase de conclusão, segundo a IP), bem como a passagem inferior rodoviária que serve o apeadeiro de Francelos.

Há também alguns trabalhos por realizar no que diz respeito à sinalética. Se em apeadeiros como Francelos o passageiro chega às plataformas e tem indicação do sentido dos comboios, o mesmo ainda não acontece na estação de Valadares ou no apeadeiro da Madalena.

Na Madalena, cuja intervenção também chegou a causar alguma polémica devido à demolição de um mirante do século XIX, que acabou por ser desmontado, junto à agora passagem superior pedonal está um terreno vedado.

A Lusa questionou a IP se o terreno será destinado à remontagem do mirante (a cargo da Câmara de Gaia), e também relativamente à abertura das passagens inferiores e instalação de sinalética, e aguarda resposta.

A intervenção entre as estações de Espinho e Vila Nova de Gaia (Devesas) envolveu a substituição integral da superestrutura da via, a alteração dos 'layout' das estações de Granja e Gaia, a implantação de duas novas diagonais de contravia entre Miramar e Francelos, ou a implantação de duas vias de resguardo, com 750 metros de comprimento útil, para resguardo de comboios de mercadorias, a norte do apeadeiro de Francelos.

Houve também lugar à substituição de passagens de nível por passagens desniveladas (inferiores e superiores, para peões e automóveis), bem como a beneficiação das plataformas de passageiros.

Em causa estão as estações de Gaia, Granja e Valadares e os apeadeiros de Aguda, Miramar, Francelos, Madalena e Coimbrões.

Foi também já instalado e colocado em serviço o sistema de sinalização eletrónica entre Esmoriz e Gaia e sua integração no Centro de Comando Operacional (CCO) do Porto, o sistema de controlo automático de velocidade e os sistemas de telecomunicações.

A IP também já pôs a concurso, por 50 mil euros, estudos para passagens inferiores na Granja e Aguda, em Gaia, na sequência de um protocolo de 2022 celebrado após protestos das populações contra as passagens superiores instaladas, em que as estruturas foram apelidadas de "mamarracho", "escarro arquitetónico" ou "muro de Berlim" pela população.

A conclusão total da intervenção chegou a estar prevista para 2023, mas a empreitada "sofreu vários impactos com relevância no prazo, decorrentes dos constrangimentos que se vêm registando no mercado da construção", segundo a IP.

Leia Também: Dívida das famílias, empresas e Estado sobe para 811,3 milhões

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