O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou, este domingo, que o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) será viabilizado, uma vez que, face ao clima nacional e internacional, "os portugueses querem que não haja crises políticas em outubro ou novembro deste ano".
"Estou convencido de que haverá orçamento viabilizado para o ano que vem. Com a situação do mundo, a imprevisibilidade desde logo na eleição norte-americana, mas também o começo de um novo ciclo europeu, com as guerras que continuam, com as indecisões económicas, não acredito que haja quem quer que seja que se furte ao diálogo para chegar a um orçamento viável", disse Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações à imprensa.
O chefe de Estado apontou ainda duvidar que, "neste clima, num momento decisivo, não pese o bom senso, porque é o que os portugueses querem".
De qualquer modo, o Presidente da República reforçou que tem "vindo a lembrar que os portugueses querem que não haja crises políticas em outubro ou novembro deste ano", apesar de ter ressalvado que os "partidos têm naturalmente os seus espaços e declarações, e têm direito a isso".
Saliente-se que, também este domingo, o primeiro-ministro, Luís Montenegro defendeu que a "verdadeira instabilidade política" no país é na oposição, tendo acusado os líderes do Partido Socialista (PS) e do partido de extrema-direita Chega de estarem "despeitados e desorientados" quanto às negociações do próximo OE.
"O líder do Chega sente-se despeitado porque viu uma notícia - que por acaso não é verdade - e concluiu que durante agosto tinha havido negociações entre PS e PSD e, vai daí de uma forma imatura e precipitada, diz 'não quero ter nada a ver com o orçamento'", criticou.
Por outro lado, continuou, o líder do PS "sente-se despeitado porque durante o mês de agosto ninguém lhe disse nada", referindo-se à carta enviada pelo secretário-geral Pedro Nuno Santos a pedir mais informação sobre o quadro orçamental e cujas respostas os socialistas não consideraram satisfatórias.
Montenegro acusou até PS e Chega de já terem introduzido as principais condicionantes no documento que o Governo terá de entregar no Parlamento até 10 de outubro, e de que "agora aparentemente se querem desvincular".
[Notícia atualizada às 13h29]
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