Carlos Vasconcelos, presidente da empresa portuguesa que integra o consórcio que vai operar este novo terminal ferroviário de Badajoz, hoje inaugurado, explicou aos jornalistas as vantagens da infraestrutura para Portugal.
Os portos portugueses de Lisboa, Setúbal e Sines "vão beneficiar imenso com esta infraestrutura", a qual vai "permitir o acesso a este mercado a custos bastante mais baixos", frisou o presidente da MEDWAY, à margem da inauguração do terminal, em Badajoz, na Estremadura espanhola.
A infraestrutura que 'agora' vai entrar em funcionamento a 'dois passos' da fronteira do Caia, em Elvas, no distrito de Portalegre, "tem um peso extraordinário" no papel que aqueles três portos portugueses podem desempenhar, quando o Corredor Internacional Sul estiver terminado, até àquela mesma fronteira, vincou.
"Vai encurtar extraordinariamente a distância" do transporte de mercadorias, o que "significa reduzir o custo significativamente", afirmou.
Portanto, com a linha ferroviária pronta, incluindo a ligação entre Caia e Badajoz, a distância entre o Porto de Sines e esta cidade da Estremadura espanhola vai ser reduzida, exemplificou: "Em vez de ser cerca de 600 quilómetros, passa a 300 e tal quilómetros".
"Há uma redução significativa da distância, do tempo e tudo isso se traduz em menores custos", destacou.
Esta empresa portuguesa, que Carlos Vasconcelos disse ser "hoje o principal operador privado ferroviário de mercadorias na Península Ibérica", integra o consórcio Extremadura Avante Logística que ganhou o concurso para operar três terminais rodoferroviários na região da Estremadura espanhola.
Além do terminal de Badajoz, o consórcio público-privado (com 51% de participação da Extremadura Avante e 49% da MEDWAY) vai operar o terminal de Navalmoral, cujo início de operações está previsto para dezembro, e o de Mérida, previsto iniciar a operação em março de 2025.
"Com um contrato avaliado em 137,9 milhões de euros e com duração máxima de 30 anos, a concessão foi adquirida através de um concurso público lançado pela Junta da Extremadura, explicou a MEDWAY, em comunicado.
Carlos Vasconcelos frisou aos jornalistas que esta operação integra o "plano de expansão" da empresa, que tinha "uma atividade reduzida" nesta zona espanhola, que possui "um potencial enorme", mas precisava de "terminais [ferroviários intermodais] bons e eficientes".
"É uma zona exportadora, não só através dos portos marítimos, mas também por camião, para toda a Espanha e toda a Europa", argumentou, referindo que, em relação a Portugal, "grande parte das exportações" da Estremadura sai "através dos portos de Sines, Setúbal e Lisboa",
E, por isso, "desenvolver estas infraestruturas vai permitir aumentar o volume de carga para esses portos", continuou, defendendo que "o transporte ferroviário de longa distância é mais competitivo do que o transporte rodoviário", reduzindo custos e as emissões de CO2.
O acordo com a Junta da Extremadura passa por manter um mínimo de seis comboios por semana (três entradas e três saídas) em cada terminal durante os primeiros 10 anos e um total de 28 comboios no período subsequente.
"Com a concessão destes três terminais, a MEDWAY pretende potenciar o tráfego ibérico, com especial enfoque nas ligações aos portos em Espanha e Portugal, bem como incrementar as ligações com Madrid e outras regiões", indicou a empresa.
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