Vice-presidente do BCE preocupado com fragmentação da economia mundial

O vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, afirmou que o que mais o preocupa dos conflitos no Médio Oriente e na Ucrânia é que a globalização seja ainda mais travada, porque se afunda na fragmentação da economia mundial.

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© Thomas Lohnes/Getty Images

Lusa
04/10/2024 13:14 ‧ 04/10/2024 por Lusa

Economia

Luis de Guindos

 "O que mais me preocupa é que estamos a viver um processo de fragmentação da economia mundial, que não tem apenas a ver com as tensões geopolíticas, e que a globalização, que conduziu a um crescimento muito significativo nas últimas décadas, está a ser reduzida", afirmou durante uma intervenção por ocasião do 30.º aniversário da Intereconomía.

 

"Além da circunstância específica do preço do petróleo, que tem obviamente um impacto a curto prazo, penso que temos de olhar para as tendências estruturais e este processo de abrandamento da globalização ou de fragmentação é, sem dúvida, uma das questões que mais me preocupa pessoalmente", acrescentou o vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE).

Questionado sobre as próximas decisões do BCE em matéria de taxas de juro, Guindos limitou-se a dizer que os últimos dados relativos à inflação e ao crescimento da zona euro constituíram uma "surpresa positiva" que será analisada na próxima reunião do Conselho de Administração do banco, em 17 de outubro.

De acordo com Guindos, a Europa tem "um problema de crescimento económico", com um potencial de crescimento "ligeiramente acima de 1%", devido a problemas estruturais como a falta de produtividade, a escassez de investimento ou o envelhecimento da população.

Neste sentido, comentou que a redução do tempo de trabalho deve continuar a ser acompanhada por um aumento da produtividade, que foi o que permitiu nas últimas décadas reduzir o tempo de trabalho, porque caso contrário "a única coisa que teremos é uma perda de competitividade, recessão e desemprego".

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