O ministro da Economia, Antoine Armand, reagiu, com a declaração "tomou nota" da decisão da Fitch, acrescentando: "A agência sublinha a força da nossa economia, vasta e diversificada, a eficácia das nossas instituições e a nossa história de estabilidade macroeconómica".
A manutenção desta notação ocorreu no dia seguinte ao da apresentação pelo novo primeiro-ministro francês, Michel Barnier, de um projeto de orçamento para 2025, que prevê 60 mil milhões de euros em ações para conter a subida do défice.
Uma degradação da nota por uma agência tem geralmente por efeito agravar as taxas de juro da França junto dos credores, designadamente a de 10 anos, que é a de referência para as comparações internacionais, já é superior à de Espanha e Portugal.
Durante a sua última avaliação das finanças francesas em abril, a Fitch tinha alertado para um risco de baixa no caso de "um aumento importante e persistente da dívida (...) em relação ao produto interno bruto (PIB) resultante de défices públicos superiores aos previsto".
Ora, a França efetuou revisões brutais da sua previsão de défice em 2024, que passou de 4,4% no final de 2023 para 5,1% em abril, culminando em 6,1% du PIB, e o Executivo está disposto a comprometer-se com uma trajetória mais longa para chegar ao limite de três por cento do PIB, pretendido pelas regras da União Europeia, em 2029, em vez de 2027, como estipulado.
"A França faz figura de exceção" na Zona Euro, segundo o gabinete de análise económica Oxford Economics, sublinhando que o país "tem poucas hipóteses de reduzir significativamente o seu défice nos próximos anos", quando a maior parte dos seus vizinhos apresenta perspetivas orçamentais mais otimistas.
Por exemplo, a Espanha prevê um défice público de 2,5% em 2º25 e a Itália de 3,3%.
Para provar a sua boia vontade e evitar um risco de "crise financeira", nas palavras de Michel Barnier, o governo francês apresentou um projeto de lei de finanças para 2025 que prevê 60 mil milhões de euros de ações, na forma de redução de despesas e subidas de impostos, para reduzir o défice orçamental para cinco por cento.
Depois da Fitch, a Moody's vai divulgar a sua opinião em 25 de outubro e a S&P Global em 29 de novembro.
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