Vários membros do conselho de governadores da instituição monetária, incluindo os responsáveis dos bancos centrais alemão, Joachim Nagel, e francês, François Villeroy de Galhau, enviaram nos últimos dias sinais nesse sentido.
"É muito provável uma descida" na reunião do BCE de hoje, após um primeiro corte nas taxas de juro em junho e um segundo em setembro, "e não será o último", disse o governador do Banco de França, que aponta para uma descida de 25 pontos base.
"Estou bastante aberto à ideia de refletir na possibilidade de dar mais um passo nas taxas" disse o presidente do Bundesbank. "Estamos a aproximar-nos claramente do objetivo de 2% na inflação", acrescentou.
Se na reunião do BCE, que terá lugar em Ljubljana, na Eslovénia, for decidida uma segunda descida consecutiva das taxas de juro, isso será uma reviravolta, dado que ainda há um mês o BCE sugeria que iria aguardar pela reunião de dezembro para agir.
Mas, os dados entretanto divulgados mostraram que a inflação continuou a abrandar em setembro, ficando em 1,8%, pela primeira vez abaixo do limite de 2% em mais de três anos.
A evolução atual dos preços "reforça a nossa confiança no facto de a inflação regressar ao objetivo no devido tempo" e isso "será tido em conta na próxima reunião de política monetária" de outubro, declarou a presidente do BCE, Christine Lagarde, numa audição no Parlamento Europeu em finais de setembro.
As atas da reunião de setembro do BCE mostraram também que há alguma inquietação com o crescimento na zona euro, uma evolução que pode levar a um recuo ainda maior da inflação e, portanto, favorável a uma flexibilização mais rápida da política monetária.
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