A contribuir para os lucros esteve, sobretudo, a margem financeira (a diferença entre juros cobrados no crédito e juros pagos nos depósitos), que subiu 20% para 1.244 milhões de euros.
Segundo o banco, a margem financeira ainda continua a beneficiar da subida das taxas de juro mas "a ritmo progressivamente menor" após o Banco Central Europeu (BCE) ter iniciado o ciclo de descida das taxas.
Já as comissões mantiveram-se estáveis em 345 milhões de euros. Segundo o Santander Totta, tal resulta de um crescimento das comissões de crédito, de fundos de investimento e de seguros, enquanto, por outro lado, foi cobrado menos de comissões relativas a assessoria financeira.
Quanto a gastos, até setembro, os custos operacionais ascenderam a 389,9 milhões de euros, um ligeiro aumento face ao período homólogo (0,6%). Os custos com pessoal (que se incluem nos custos operacionais) cresceram 2,5% para 215,2 milhões de euros.
As provisões líquidas e outros resultados tiveram um custo de 38,5 milhões de euros devido à contribuição extraordinária sobre o setor bancário e ao adicional de solidariedade.
Olhando para o balanço do banco, o crédito à habitação cresceu 3,9% para 23.000 milhões de euros no final de setembro, o que, diz o banco, é o resultado da sua oferta comercial "muito competitiva no segmento, em termos de taxa mista".
Sobre a amortização antecipada de créditos, o Santander Totta diz que a redução gradual dos juros "minimizou a atividade de amortização antecipada de créditos", mas não indica valores.
O crédito ao consumo cresceu 7,8% para 1.899 milhões de euros e o crédito a empresas e institucionais cresceu 9,8% para 22.757 milhões de euros até setembro.
Em setembro, o rácio de crédito problemático (NPE - Non-Performing Exposure no termo técnico em inglês) era de 1,7%, inalterado face ao período homólogo. Segundo o Santander, a qualidade dos empréstimos "continua a beneficiar do contexto macroeconómico favorável", desde logo do elevado emprego.
Quanto aos depósitos, estes aumentaram 4,2% em termos homólogos para 36.970 milhões de euros em setembro.
Por fim, em indicadores de solidez, o rácio CET1 do Santander Totta era em setembro de 16,7% (16,3% em setembro de 2023).
O Santander Totta é detido pelo grupo bancário espanhol Santander, que hoje divulgou lucros de 9.309 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, mais 14% do que no mesmo período de 2023.
Em 2023, o Santander Totta teve os maiores lucros de sempre, de 1.030 milhões de euros.
Em fevereiro, quando apresentou as contas de 2023, o presidente do Santander Totta dedicou parte importante da sua intervenção aos impostos, dizendo que o banco que lidera "deve ser a empresa privada que mais IRC [imposto sobre o lucro] paga em Portugal", com 431 milhões de euros pagos em 2023, e disse que mais encargos sobre a banca significam "menos crédito com que ajudar a economia".
A proposta do Orçamento do Estado para 2025 mantém a contribuição sobre o setor bancário (estimando arrecadar 210 milhões de euros) e o imposto adicional de solidariedade (mais 40,8 milhões de euros). Inclui ainda uma descida da taxa do IRC (imposto sobre lucro das empresas) dos atuais 21% para 20%, o que tem impacto, sobretudo, em grandes empresas como bancos.
O Santander Totta divulgou hoje os resultados apenas através de comunicado, sem fazer conferência de imprensa.
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