Em declarações à agência Lusa cerca das 10h10, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), Nuno Almeida, contou que nos últimos três anos a administração da EGEAC, empresa municipal que gere os equipamentos culturais do concelho, tem vindo a "desrespeitar e desvalorizar" o processo negocial com os trabalhadores.
"Nos últimos tempos o que tem acontecido é uma falta de negociação por parte da administração em relação às matérias salariais. A administração tem-se limitado a dar aumentos salariais iguais aos que o Governo tem determinado para a administração pública. Se os trabalhadores da administração pública acham que têm vindo a empobrecer, os trabalhadores da EGEAC não são diferentes", disse.
Nuno Almeida lembrou que os trabalhadores da EGEAC -- mais de 400 - ficaram de fora da medida de valorização das carreiras determinada para os trabalhadores da administração pública em 2023.
"Este ano o conselho de administração voltou a evocar as receitas de bilheteiras dos equipamentos como desculpa para não aumentar. Diz que as receitas não dão conforto financeiro", afirmou.
Os trabalhadores, que querem falar com o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), para expor os seus problemas, protestam contra uma política de contratação que descrevem como perniciosa e contra a estagnação quase total dos processos de reclassificação profissional.
A carência de trabalhadores em vários equipamentos, a falta de investimento na melhoria das condições de trabalho, a ausência de medicina de trabalho, a desregulação dos horários e a prática de assédio laboral são outras das queixas.
"Para que os trabalhadores pudessem estar presente na concentração e plenário foi emitido um pré-aviso de greve entre as 09h00 e as 13h00. Uma vez que os equipamentos começam a funcionar mais tarde, não estão previstos constrangimentos no seu funcionamento", disse.
A Lusa contactou a EGEAC, sem sucesso.
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