Em conferência de imprensa, em Lisboa, o presidente do grupo, João Pedro Oliveira e Costa, assinalou que este resultado "tem um impacto grande do aumento do produto bancário, produto bancário esse influenciado pela margem financeira".
A margem financeira, que mede a diferença entre juros cobrados nos créditos e juros pagos nos depósitos, subiu 6%, para 738,4 milhões de euros.
Apenas na operação em Portugal, os lucros do banco cresceram 17%, para 380 milhões de euros, impulsionados pelo crescimento do produto bancário comercial (mais 11%, para 1.000,2 milhões de euros).
Em outras geografias, o contributo foi de cerca de 39 milhões de euros pelo angolano BFA (-8%) e de 25 milhões de euros pelo moçambicano BCI (+5%). No entender de João Pedro Oliveira e Costa, a diminuição da contribuição angolana deve-se desvalorização da cotação do kwanza.
Em termos de carteira de crédito, esta aumentou 2% nos primeiros nove meses do ano, para 30,3 mil milhões de euros.
No total, a carteira de crédito subiu cerca de 500 milhões de euros em termos homólogos. O crédito à habitação subiu 2% para 14,9 mil milhões de euros, enquanto no crédito a empresas a subida comparável foi de 3%, para 11,5 mil milhões de euros.
No acumulado dos primeiros nove meses, o BPI contratou 1,95 mil milhões de euros, numa subida de 6,5% face ao mesmo período do ano passado. No final de setembro, 61% do novo crédito contratado seguia a modalidade de taxa mista, enquanto 23% tinha taxa fixa.
No final de setembro, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Banco de Portugal (BdP), a carteira de crédito do BPI representava 14,5% da carteira de habitação em Portugal, contra 14,4% no final de 2023, enquanto a quota de mercado na contratação de habitação era, em agosto, de 15,7%, contra 18,1% no final de 2023.
Segundo o presidente do BPI, as expectativas é que as taxas de juro se fixem em 2,00% até junho.
No período em análise, as comissões líquidas cresceram 12%, para 244 milhões de euros. Ainda assim, o presidente do banco afastou que estas se mantenham estáveis.
"Penso que será difícil que as comissões tenham uma evolução diferente daquela que é a do volume de negócio", estimou o presidente do banco, remetendo para elementos como alterações legislativas ou o aumento da concorrência.
Por sua vez, os depósitos dos clientes aumentaram 4%, para 29,5 mil milhões de euros, representando a principal fonte de financiamento do banco.
Em termos de rácios de capital, o rácio CET1 ('common equity tier 1') recuou face ao final de 2023 para 13,9%, o 'tier 1' para 15,3% e o de capital total para 17,5%, contra 17,9%, 15,5% e 14,1%, respetivamente.
Os custos de estrutura recorrentes atingiram 376 milhões de euros, um valor ligeiramente acima do registado há um ano, tendo os custos com pessoal aumentado 1%, para 186 milhões de euros, os gastos gerais administrativos avançado 2%, para 142 milhões de euros e as amortizações caído 9%, para 48 milhões de euros.
Nos 12 meses terminados em setembro, o rácio de custos de estrutura face a receitas ('cost-to-income') atingiu 37%.
Já o rácio de 'non-performing exposures' (NPE, na sigla em inglês) foi de 1,4% e um rácio de 'non-performing loans' de 1,8%.
[Notícia atualizada às 12h17]
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