Os analistas esperam um corte de 25 pontos base, o que trará algum alívio às finanças dos consumidores.
Mas, a reunião do banco central norte-americano vai decorrer num contexto muito particular, um dia após as presidenciais que opõem a democrata Kamala Harris ao republicano Donald Trump. O resultado das eleições poderá ainda não ser conhecido na ocasião.
A conferência de imprensa do presidente do banco central, Jerome Powell, na quinta-feira, será "difícil, logo após um evento nacional tão importante", segundo Jill Cetina, professora de finanças na Texas A&M University e antiga vice-presidente da Fed de Dallas, citada pela AFP.
"A Fed tentará articular a sua visão da economia e discernir, como os investidores, quais serão as políticas futuras e o que significarão para o crescimento económico", apontou.
"Esperamos que a Reserva Federal dos Estados Unidos reduza as taxas de referência em 25 pontos base (pb) na sua reunião de 6 e 7 de novembro, elevando o intervalo alvo da taxa de fundos federais para os 4,50-4,75%", referiu Michael Krautzberger, da Allianz Global Investors (Allianz GI), numa nota enviada à Lusa.
Segundo Krautzberger, os dados económicos dos Estados Unidos "têm surpreendido em alta" desde a reunião da Fed de setembro.
Washington publicou na semana passada uma série de indicadores económicos que mostraram uma economia sólida, mas sem a euforia registada após a pandemia.
O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, apesar de ser mais forte do que o da zona euro, abrandou para 2,8%, em ritmo anualizado, contra 3% nos três meses anteriores.
No entanto, os dados do emprego surpreenderam pela negativa, com a mais fraca criação de postos de trabalho em outubro desde dezembro de 2020. O abrandamento deve-se aos furacões que atingiram o país e a várias greves, incluindo a da Boeing.
Já a inflação evoluiu na direção certa, recuando em setembro para o nível mais baixo desde fevereiro de 2021, 2,1%, de acordo com o índice de preços PCE, que é o mais seguido pelo banco central norte-americano.
"A desinflação em curso e a desaceleração do mercado de trabalho, bem como o forte crescimento da produtividade, deverão favorecer uma recalibração gradual da política da Fed", considerou Gregory Daco, economista chefe da EY, também citado pela AFP, apontando para sucessivos cortes de 25 pontos base até junho do próximo ano.
A Fed iniciou em setembro o ciclo de descida das taxas de juro com um corte de 50 pontos base, depois de as ter mantido num nível bastante elevado durante um ano para travar a inflação.
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