A empresa de entregas ao domicílio Glovo anunciou, esta segunda-feira, que vai proceder à contratação dos seus motoristas de entregas em Espanha, avança a Reuters.
“A mudança de modelo incluirá todas as cidades onde a Glovo está disponível, que atualmente ultrapassa as 900, e aplicar-se-á a todas as verticais da aplicação. O novo modelo manterá em todos os momentos a experiência do utilizador e a experiência dos restaurantes e estabelecimentos que colaboram com a aplicação em todo o país", explica a empresa em comunicado.
“A direção da Glovo decidiu mudar de um modelo de freelance para um modelo baseado no emprego [...] com o objetivo de evitar mais incertezas jurídicas que conduzam a um aumento das contingências", pode ler-se ainda.
Recorde-se que a empresa foi alvo de multas no valor de mais de 50 milhões de euros por empregar "falsos recibos verdes" e por trabalho ilegal de 813 estrangeiros sem situação regularizada no país. O dono da mesma, Oscar Pierre, está a ser investigado no âmbito de um processo penal, acusado de um crime contra os direitos dos trabalhadores.
Em Portugal, a empresa já foi alvo de vários processos por parte da ACT que querem o reconhecimento do vínculo dos trabalhadores à plataforma digital.
Ao Notícias ao Minuto, a Glovo em Portugal esclarece que estas mudanças não se aplicam a Portugal. "O novo modelo será aplicado nas mais de 900 cidades em que a Glovo opera em Espanha. Esta mudança não vai afetar clientes e parceiros que usam a aplicação Glovo", indicam.
"Sempre acreditámos e continuamos a defender um modelo flexível, que permita aos estafetas utilizarem a aplicação quando, durante quanto tempo e onde quiserem. Existem realidades legislativas e políticas diferentes em cada país e vamos sempre cumprir a legislação aplicável", acrescenta a tecnológica.
Recorde-se que a empresa está presente em 23 países.
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