"Do trabalho que o setor fez, concretamente no bairro de Chidenguele assim como por via telefónica nas praias de Xai-xai e Bilene constatámos que estamos com uma redução de 50% das nossas reservas", disse Dorcídio Mavie, técnico da direção da Cultura e Turismo em Gaza.
Os cancelamentos fazem parte de um pacote de 25.708 reservas para as festividades do final do ano, o que, segundo o técnico, poderá afetar o pagamento de salários a nível das estâncias turísticas.
"A perda é maior, na medida em que os nossos operadores não terão como pagar os seus trabalhadores, não terão como pagar outras despesas como água e energia", explica.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane nega a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), que venceu as eleições de 09 de outubro com 70,67% dos votos, segundo os resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).
De acordo com a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas os resultados ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.
Desde 21 de outubro, Moçambique vive sucessivas paralisações e manifestações, convocadas por Mondlane, em que pelo menos 103 pessoas morreram, segundo uma atualização feita hoje pela Organização Não-Governamental (ONG) Plataforma Eleitoral Decide.
De acordo com o relatório divulgado por aquela plataforma de monitorização eleitoral moçambicana, só de 03 a 07 de dezembro, na atual fase de manifestações, há registo de 27 vítimas mortais, nomeadamente 10 em Gaza e oito em Nampula, além de três mortos em Cabo Delgado.
Anteriormente, aquela ONG já tinha também contabilizado pelo menos 274 pessoas baleadas durante as manifestações e paralisações de contestação aos resultados eleitorais desde 21 de outubro e 3.450 detidos.
Venâncio Mondlane anunciou que as manifestações de protesto são para manter até que seja reposta a verdade eleitoral.
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