Crescimento económico de São Tomé abaixo de 1% em 2024

O crescimento económico de São Tomé e Príncipe em 2024 ficará abaixo de 1%, mas deverá atingir 4,8% em 2026, refere o Banco Central no balanço do ano de "muitos desafios" que termina com "perspetivas mais positiva", divulgado esta segunda-feira.

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Lusa
30/12/2024 15:54 ‧ há 2 dias por Lusa

Economia

São Tomé e Príncipe

O Governador do Banco Central de São Tomé e Príncipe (BCSTP) referiu, lendo o comunicado de balanço do ano, que "apesar de se antever um crescimento económico abaixo de 1% para 2024, espera-se uma aceleração gradual que atingirá 3,1% no final de 2025 e 4,8% em 2026".

 

Américo Ramos disse ainda que "é esperada a estabilização dos preços ao longo dos próximos anos, estimando-se uma redução da inflação para 10,9% em 2024 e a manutenção do nível de 5% a médio prazo".

O Governador sublinhou, que "os desafios que ainda se apresentam requerem um trabalho árduo e coordenado".

"O ano que agora finda foi, sem dúvidas, de muitos desafios, mas termina com a abertura de uma perspetiva mais positiva", disse o Governador do Banco Central, sublinhando que "finalmente, foi assinado o acordo com o Fundo Monetário Internacional, o que abre expectativas francamente mais otimistas para 2025 e os anos subsequentes".

"Este acordo assenta num ambicioso programa de reformas para reestruturar a estabilidade macroeconómica e, em paralelo, estabelece as bases para uma recuperação económica mais célebre, sólida e inclusiva", recordou.

Américo Ramos destacou ainda o processo de transformação estrutural em curso que assenta em reformas no setor energético "com impacto no curto prazo, além de reformas estruturais de médio prazo para permitir uma transição para a energia verde".

Isto, acrescentou, "não só permitirá libertar o potencial de crescimento sem gerar desequilíbrios fiscais, mas de igual forma, assegurar uma menor exposição das reservas internacionais líquidas às flutuações dos preços internacionais do crude, bem como à necessidade de importação de hidrocarbonetos".

Segundo Américo Ramos a necessidade de reposição das reservas externas em níveis recomendados para suportar a âncora cambial levaram o Banco Central a efetuar estudos para conhecer melhor a dimensão e a caracterização estrutural do mercado cambial são-tomense, bem como os canais e os fluxos de pagamento.

Desses estudos concluiu-se que "apenas 17,2% da riqueza nacional gerada pelo setor de exportação passa pelo sistema financeiro nacional", anunciou.

"Tornou-se urgente e imperiosa a alteração do quadro regulamentar, a adoção de medidas para permitir a reestruturação do mercado cambial, assegurando que as contrapartidas financeiras das trocas com o exterior estejam plenamente refletidas no sistema financeiro local", declarou Américo Ramos, considerando que só assim se garante que "esta riqueza criada em território nacional circule na nossa economia e promova o crescimento económico".

O Governador de BCSTP adiantou ainda que a instituição continua a modernizar o sistema financeiro são-tomense, tanto no desenvolvimento de novos produtos financeiros, como introduzindo mecanismos inovadores ao nível do sistema de pagamentos.

Segundo Américo Ramos, isso vai melhorar os parâmetros de solidez do sistema que, "apesar das dificuldades que a economia apresenta (...), têm se mantido acima dos níveis exigidos", com um "o ratio de liquidez acima de 65% quando o mínimo regulamentar é de 20%, o ratio de solvabilidade de 34% quando o mínimo é de 12%, e capitais próprios acima do exigido".

Não obstante o quadro de solidez atual, apontou algumas preocupações defendendo uma forte articulação entre as medidas de política fiscal, monetária e macroprudencial.

Leia Também: FMI. Acordo dá a investidores "mais confiança" em São Tomé e Príncipe

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