Dívida pública de Moçambique cresceu 5% em três meses

A dívida pública de Moçambique cresceu 5% no final do terceiro trimestre de 2024, face ao trimestre anterior, ultrapassando 16.730 milhões de dólares (16,2 mil milhões de euros), segundo dados oficiais.

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Lusa
21/01/2025 08:13 ‧ há 4 horas por Lusa

Economia

Moçambique

De acordo com o boletim da dívida pública divulgado hoje pelo Ministério das Finanças, o volume do endividamento público cresceu 50.840 milhões de meticais (771,5 milhões de euros) em três meses.

 

O documento justifica este incremento com "o aumento da dívida interna", em 28.935 milhões de meticais (439 milhões de euros), equivalente a mais 8%, "justificado maioritariamente pela emissão da dívida de curto prazo", através de Bilhetes de Tesouro.

A dívida pública emitida internamente ascendia no final de setembro a 396.056 milhões de meticais (6.006 milhões de euros), segundo o boletim.

O documento acrescenta que "contrariamente ao período anterior, a dívida externa verificou um incremento" de 3,4%, ascendendo no final de setembro a 673.175 milhões de meticais (10.209 milhões de euros).

"Este aumento foi explicado pelo ajustamento de dados ocorrido em setembro, na migração do antigo sistema de gestão da dívida (CS-DRMS) para o atual (MERIDIAN)", refere a informação.

A nova ministra das Finanças de Moçambique, Carla Alexandra Loveira, admitiu no sábado a necessidade de reestruturação da dívida pública, alertando que o país perdeu receitas de quase 640 milhões de euros após as manifestações pós-eleitorais.

"Um dos desafios que nós temos, um dos principais, é mesmo a gestão da dívida pública. O trabalho que temos de fazer é uma reflexão, um trabalho profundo de reestruturação da nossa dívida, para que dentro daquele espaço orçamental possamos assegurar o pagamento da dívida, mas também responder às necessidades correntes do Orçamento", disse a ministra, após a tomada de posse do novo Governo, em Maputo.

Carla Alexandra Loveira era vice-ministra da Economia e Finanças no mistério anterior e foi escolhida pelo novo Presidente da República, Daniel Chapo, para assumir a pasta de ministra das Finanças.

A posse do novo Governo, cuja primeira-ministra é a antiga juíza e ministra da Justiça Maria Benvinda Levi, aconteceu após praticamente três meses de violentas manifestações contestando o processo em torno das eleições gerais de 09 de outubro.

Estes protestos, convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane -- que não reconhece os resultados, alegando "fraude eleitoral" -, provocaram mais de 300 mortos e acima de 600 pessoas baleadas, e degeneraram em violência e confrontos com a polícia, saques, pilhagens e destruição de infraestruturas públicas e privadas.

"Os indicadores do fecho do ano passado, que nos foram apresentados, mostram que só no mês de dezembro houve uma perda de cerca de 14 mil milhões de meticais [213 milhões de euros] de receita, decorrente das manifestações. O ano todo está a contar com uma perda de receita de cerca de 42 mil milhões de meticais [639 milhões de euros]. Portanto, esta perda de espaço acabou comprometendo o exercício do ano passado", descreveu a nova ministra das Finanças.

Moçambique entrou neste ano em regime de duodécimos e só prevê aprovar o Orçamento do Estado até abril.

Carla Alexandra Loveira defendeu que é necessário em 2025 incrementar o crescimento económico, que em 2024 estava estimado em 5%, mas que deverá ser revisto em forte baixa devido às tensões e paralisações pós-eleitorais.

"Queremos que neste exercício económico toda a recuperação económica aconteça, para que haja capacidade, disponibilidade, recuperação, estabilidade económica, para que a atividade económica aconteça e também os retornos provenientes da captação de recursos por parte do setor privado possam beneficiar aquilo que é o Orçamento de Estado. Portanto, dessa forma podemos assegurar aquilo que são os setores prioritários. É esse o nosso desafio", reconheceu.

Leia Também: ONU precisam de 6,9 milhões para apoiar Moçambique após ciclone

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