"A comissão de vencimentos, [que esteve quase 10 anos sem reunir] é um órgão que reúne quando é solicitado para tal pelo ministro as Finanças", começou por dizer Mário Centeno, notando que esta comissão reúne para analisar as remunerações da administração, não tendo nenhum mandato sobre as dos consultores.
Mário Centeno está hoje a ser ouvido no parlamento na sequência de um requerimento do Chega sobre a política de recursos humanos do Banco de Portugal (BdP), nomeadamente as remunerações dos consultores, após a polémica pública relacionada com a intenção do Governo de nomear Hélder Rosalino (ex-administrador e atual consultor da administração Banco de Portugal) para secretário-geral do executivo.
Adiantando-se a eventuais questões dos deputados, pelo facto de ele próprio ter sido ministro das Finanças e nunca ter solicitado que esta comissão reunisse, referiu que não o fez por não ter havido nada de determinante que o justificasse, sublinhando ser, por isso, "tão natural convocá-la como não convocá-la".
Durante a audição, e perante questões colocadas pelos deputados, afirmou que nunca sentiu pressões no exercício da sua função e que emitiu um comunicado sobre o não pagamento do salário do secretário-geral do Governo porque tal não seria legal.
"Nunca senti nenhuma pressão no exercício das minhas funções e nunca senti que a independência do BdP nas suas análises estivesse posta em causa", afirmou.
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