A maioria das empresas portuguesas terá, em 2025, um orçamento para aumentos salariais mais reduzido do que no ano passado, segundo o estudo Salary Budget Planning Report, da consultora WTW. Estima-se que, este ano, os aumentos rondem, em média, os 3,6%, um valor abaixo do orçamento médio atribuído em 2024, que foi de 4%.
Um terço das empresas em Portugal (34%) relataram que, em 2024, os orçamentos destinados a aumentos salariais já foram inferiores ao ano anterior, 2023, e apontam como principais razões da instabilidade o pós-pandemia, as tensões geopolíticas e a guerra na Ucrânia.
Ainda assim, o estudo conclui que as despesas totais com a remuneração dos trabalhadores, que incluem "salários, bónus, remuneração variável e os custos com benefícios", aumentaram o ano passado e "continuam a ser razoáveis, segundo os padrões históricos".
Outra das principais dificuldades das empresas portuguesas é a atração e retenção de trabalhadores. Algumas referem já ter adotado medidas para "melhorar a cultura no local de trabalho" através de questões como a "diversidade, equidade e inclusão" e através de incentivos de "curto e longo prazo".
A liderar as preferências dos trabalhadores está o trabalho flexível, com 50% das empresas a oferecer as "opções de trabalhar na empresa, remotamente ou híbrido".
No entanto, apenas 6% oferecem as opções de flexibilidade de horário, redução de horas semanais ou part-time.
A associate diretor da consultora WTW em Portugal, Sandra Bento, afirmou, no comunicado que acompanha os dados deste relatório, que as "expectativas dos trabalhadores estão a mudar" e dá-se cada vez mais valor à "flexibilidade, personalização dos benefícios, à comunicação e transparência salarial".
"À medida que a legislação para a igualdade de género e para a transparência salarial evolui, maior pressão é colocada nas empresas. Estas têm de se concentrar em oferecer uma comunicação clara e coerente sobre as decisões salariais, continuando a desenvolver a experiência de cada colaborador e garantir que não surjam novos problemas de atração e retenção", acrescentou Sandra Bento na mesma nota.
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