"Nós consideramos que Portugal será um dos países fundamentais nesse apoio contra uma campanha que é absolutamente de difamação contra o acordo dominado pelo setor agrícola na Europa", disse à Lusa, a mesma fonte.
O Itamaraty tem a expetativa de que Portugal apoie o Brasil ao longo do ano e que tenha uma voz forte e ativa na Comissão Europeia e no Parlamento Europeu.
No acordo, no caso do setor agrícola, existem "todas as salvaguardas e cuidados que a própria Comissão Europeia fez questão de introduzir", frisou o Itamaraty.
A diplomacia brasileira, apelou, por isso, "a um campanha de informação para esclarecer a população, e a opinião pública, sobre os benefícios que esse acordo trará em termos geopolíticos e em termos comerciais e económicos para ambas as regiões".
O acordo de comércio entre a UE e o Mercosul foi selado em 06 de dezembro em Montevideu e espera agora a ratificação por todas as partes.
Ainda na quinta-feira, a Assembleia Nacional francesa aprovou duas resoluções contra a ratificação do acordo de livre comércio entre a UE e os países sul-americanos do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).
As duas resoluções, as primeiras a serem votadas desde que a Comissão Europeia assinou o acordo com o Mercado Comum do Sul em dezembro de 2024, foram aprovadas por unanimidade.
A rejeição do pacto assinado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tornou-se emblemática pelo descontentamento dos agricultores franceses, que temem uma concorrência desleal no setor da carne e das frutas e legumes e, por essa razão, têm-se mobilizado nas últimas semanas em algumas zonas do país.
O acordo entre europeus e sul-americanos também alimentou divergências entre Paris e Berlim, que é favorável devido às exportações previsíveis de automóveis e máquinas industriais.
Também o Governo espanhol, tal como o português, apoia o acordo pelo seu valor estratégico para a UE, mas terá ainda de ser aprovado pelos Estados-membros no Conselho e depois ratificado pelo Parlamento Europeu.
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