O crude do Mar do Norte, de referência na Europa, fechou a sessão no Intercontinental Exchange a cotar 1,59 dólares abaixo dos 76,20 dólares com que encerrou as transações na terça-feira.
O Brent prosseguiu a sua trajetória descendente, caindo mesmo para baixo dos 75 dólares, o que foi atribuído à divulgação do relatório da Agência de Informação sobre Energia sobre os stocks de petróleo nos EUA, que aumentaram em 8,7 milhões de barris, quantidade muito acima dos 2,4 milhões esperados pelos operadores de mercado.
Os preços do petróleo têm descido desde a chegada de Donald Trump à Casa Branca, devido em particular à sua intenção de aumentar a produção petrolífera e às suas recentes ameaças alfandegárias a Estados como Canadá, México ou China.
Para Fawad Razaqzada, analista na Forex, o que está a pesar nos preços do petróleo são os receios quanto a um possível "efeito negativo de uma guerra comercial entre EUA e China sobre a procura, bem como o aumento da produção global".
A China anunciou na terça-feira que vai impor taxas alfandegárias de 10% a 15% sobre algumas importações vindas dos EUA, a partir de 10 de fevereiro, depois da entrada em vigor das taxas suplementares de 10% imposta por Trump às importações vindas da China.
A pressionar os preços também está a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os seus aliados, como a Federação Russa, que em conjunto formam a OPEP+, de manter o plano de aumento gradual da produção a partir de abril, ignorando a pretensão de Trump de reduzir imediatamente os preços do petróleo para acabar com a guerra na Ucrânia.
Uma das razões que a OPEP+ avançou para o adiamento da produção -- o que já fez por três vezes - foi a preocupação com uma procura fraca na China.
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