"A Silopor é uma empresa estratégica para o país, armazena mais de metade do cereal consumido em Portugal", lembrou, num comunicado hoje divulgado.
Segundo a estrutura sindical, "os trabalhadores estão agora a ser confrontados com a decisão do Governo de avançar com o processo de liquidação, garantindo a operação sem dar garantias sobre a manutenção em vigor do Acordo de Empresa, que garante, a todos os trabalhadores, progressão na carreira e direitos conquistados".
Por isso, o CESP solicitou uma audiência com o Presidente da República.
Os trabalhadores decidiram ainda avançar com greve ao trabalho suplementar na semana de 17 a 23 de fevereiro, adiantou.
O sindicato lembrou que a Silopor "está em processo de liquidação há 25 anos e esse processo parece estar agora a chegar ao fim", tendo sido "informado pelo Governo que a atividade e os trabalhadores da Silopor serão transferidos para uma empresa nova".
De acordo com o CESP, os trabalhadores da Silopor têm, "desde sempre, um Acordo de Empresa que salvaguarda as suas condições de trabalho e carreiras profissionais", sendo que o sindicato pretende que o Governo garanta a transferência deste Acordo de Empresa, "com todos os direitos já conquistados pelos trabalhadores, para a empresa nova", mas ainda não obteve respostas do Governo.
"O CESP e os trabalhadores da Silopor consideram que esta empresa deve continuar em funcionamento, e o decreto-lei da liquidação deve ser revogado", referiu, lembrando que "a empresa continua a apresentar resultados positivos anualmente".
Defendem ainda que "o contrato de concessão para operação em terminal portuário deve ser prolongado até ao limite dos 75 anos, à semelhança do que já aconteceu com outras empresas a operar nos terminais portuários de Portugal".
"Como o Governo não dá respostas ao CESP, representante dos trabalhadores da Silopor, solicitámos reunião à Presidência da República, visto que o processo legislativo em torno da empresa também terá de passar por lá", explicou.
Em liquidação desde 2001 por decisão da Comissão Europeia, mas a dar lucro desde 2016, a Silopor pertence ao setor empresarial do Estado e é gerida por uma comissão liquidatária cujo mandato foi prolongado até junho de 2025, a mesma altura em que acaba o contrato de concessão do Porto de Lisboa à empresa.
A Silopor, principal empresa portuária de armazenamento de granéis sólidos alimentares, que faz a gestão dos silos da Trafaria, em Almada, e do Beato, em Lisboa, tem uma capacidade global de 340 mil toneladas, o que permite o armazenamento, em média, de um total de 3,4 milhões de toneladas de cereais e farinhas durante um ano.
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