Luís Máximo dos Santos falava numa audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, sobre o final do acordo de capitalização contingente, no âmbito do requerimento apresentado pelo PS.
Questionado pelos deputados sobre o futuro da participação do FdR, o presidente da entidade apontou que "não está na génese do fundo ter participações estratégicas", sendo que a participação que tem "é para realizar receita".
"Temos muito dinheiro a pagar e portanto queremos fazê-lo nas melhores condições possíveis", salientou, acrescentando que provavelmente vão escolher um "assessor financeiro que auxilie nesse processo".
Máximo dos Santos adiantou ainda que o que o FdR pretende maximizar as receitas que tem em mãos.
Quanto à venda do Novo Banco, após perguntas dos deputados sobre a possibilidade de a Caixa Geral de Depósitos comprar uma participação, o presidente do fundo apontou que "a Lone Star tem 75% do capital, portanto é a entidade que obviamente irá comandar esses processos".
"Não gostaria de me pronunciar sobre banco A ou B, está no terreno a possibilidade de ser feita uma oferta pública inicial", disse, apontando que considera que a "concorrência no setor é muito importante, mesmo quando se diz que deve considerar-se na União [Europeia], mas temos de ter presente que o mercado dos bancos é muito nacional".
Mesmo sem se pronunciar sobre bancos específicos, admitiu que "a paisagem bancária que vai resultar em Portugal depois da venda do Novo Banco vai ser diferente e vários aspetos terão de ser considerados", por entidades como o Banco Central Europeu e a Autoridade da Concorrência.
Máximo dos Santos assegurou que o fundo "atuará articuladamente, mas tendo presente a especificidade da sua missão", não querendo avançar mais informações porque "não há ainda cartas lançadas".
Já sobre o fim do acordo de capitalização do Novo Banco, disse, este fecho antecipado "não foi motivado pelo interesse em receber dividendos, porque se fosse assim provavelmente num período anterior teríamos feito a alteração dessa norma e poderiam ser distribuídos".
"O interesse era pôr fim no seu conjunto", reiterou, apontando que "evidentemente a distribuição de dividendos, particularmente para o acionista maioritário, era muito importante e procuramos aí maximizar os ganhos".
"Este acordo é um acordo que nos permite erradicar de vez qualquer possibilidade de um pagamento adicional", salientou, apontando que "este foi um momento de grande desoneração das finanças públicas".
O acordo de capitalização contingente foi negociado durante o processo da compra do Novo Banco pelo fundo Lone Star e foi ao abrigo deste que o Fundo de Resolução injetou mais de 3.000 milhões de euros no banco. Em contrapartida, o acordo proibia a distribuição de dividendos pelo banco.
Leia Também: Parlamento ouve hoje Carlos Costa e presidente do Fundo de Resolução