"As perspetivas económicas sugerem uma recuperação continuada, mas frágil. Prevê-se um crescimento médio de 3,5% durante 2025-2026, apoiado por projetos de infraestruturas, como o desenvolvimento rodoviário", pode ler-se no relatório apresentado no Arquivo e Museu da Resistência, em Díli.
Segundo o Banco Mundial, a possível conclusão ainda este ano das negociações com a Austrália referente ao campo de gás Greater Sunrise "poderá melhorar ainda mais as perspetivas económicas".
"O turismo, as remessas e uma economia digital em crescimento, apoiada pela instalação do cabo de fibra ótica, também estão prontos para contribuir para o crescimento. No entanto, a estreita base de exportação, dependente do café, e a elevada dependência de importações limitam a expansão do setor não petrolífero", salienta o documento.
Em relação à inflação, o Banco Mundial prevê uma diminuição, mas adverte que os "riscos externos colocam desafios".
"Prevê-se que a inflação caia para 3,3% em 2024 e atinja uma média de 2,5% durante 2025 e 2026. No entanto, os riscos externos, tais como perturbações relacionadas com o clima e a volatilidade global dos preços das matérias-primas possam aumentar a instabilidade dos preços", sublinha o relatório.
O documento refere que a "dependência de Timor-Leste em relação às importações e a utilização do dólar norte-americano limitam a capacidade de gerir a inflação através da política monetária, enfatizando a necessidade de estratégias robustas de gestão de risco externo e de um papel mais forte da política fiscal".
Para o Banco Mundial, são necessárias "reformas urgentes para diversificar as fontes de receita e reduzir padrões de despesa insustentáveis".
"A despesa pública deverá ultrapassar a receita doméstica em 2025, prevendo-se que o Fundo Petrolífero financie 73% da despesa pública. Projeta-se que o défice fiscal atinja 57% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025", o que demonstra a "insustentabilidade das atuais práticas", pode ler-se no relatório.
O Banco Mundial adverte que as alterações climáticas podem ameaçar a produção agrícola e a segurança alimentar e que as tensões geopolíticas podem o comércio e os mercados energéticos, "aumentando as vulnerabilidades".
"A nível interno, a fraca prestação dos serviços públicos, o subinvestimento na educação e saúde e as ineficiências nos projetos de infraestruturas podem travar o crescimento do setor privado e atrasar os esforços de diversificação económica", sublinha o relatório.
Para o Banco Mundial, Timor-Leste deve melhorar a "execução orçamental e garantir que os investimentos em infraestruturas proporcionem benefícios a longo prazo" para "sustentar o crescimento", especialmente nos transportes e na infraestrutura digital, que reduzirá os custos para o setor privado.
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