"A inflação persistente, a desaceleração do crescimento económico e a incerteza geopolítica global são apontadas como variáveis determinantes do desempenho económico em Portugal e na Europa", lê-se na análise, conduzida pela economista sénior da gestora de crédito Intrum, Anna Zabrodzka-Averianov.
A analista aponta para um crescimento económico fraco, impulsionado principalmente pelo consumo das famílias, mas condicionado pela conjuntura internacional.
O relatório destaca o impacto das incertezas geopolíticas, nomeadamente com o regresso de Donald Trump à presidência dos EUA, a instabilidade política em países-chave como a Alemanha e a França, e os conflitos em curso na Ucrânia e no Médio Oriente.
Existem por isso, neste ano, "oportunidades de recuperação económica, mas também riscos significativos".
O relatório "Economia em Foco" da Intrum foca-se na economia global e europeia, mas Luís Salvaterra, diretor-geral da Intrum em Portugal, destaca que os desafios e oportunidades apresentados "têm um impacto direto na economia portuguesa", citado em comunicado.
"Apesar da ligeira aceleração do crescimento prevista para a Zona Euro em 2025, Portugal continua a enfrentar desafios estruturais, como a baixa produtividade, que se mantém nos 74% face à média europeia, e o envelhecimento da população, que podem limitar o dinamismo económico", refere Luís Salvaterra.
Por outro lado, "a evolução da inflação e da política monetária será determinante para o poder de compra das famílias e a competitividade das empresas nacionais", contrapõe, salientando que irão acompanhar o "impacto destas dinâmicas no tecido empresarial português, especialmente na capacidade das empresas gerirem o risco de crédito e manterem a sua liquidez".
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