Atividade empresarial moçambicana recupera em fevereiro após 3 meses

O índice PMI de atividade empresarial em Moçambique recuperou em fevereiro para terreno positivo, após três meses consecutivos no 'vermelho' devido à tensão pós-eleitoral, segundo o Standard Bank, que conduziu e divulgou hoje o inquérito.

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Lusa
05/03/2025 15:53 ‧ há 11 horas por Lusa

Economia

Moçambique

"O setor privado de Moçambique entrou em modo de recuperação em fevereiro, uma vez que a diminuição da instabilidade pós-eleitoral permitiu uma melhoria das condições das empresas. Tanto a produção como os volumes de vendas subiram pela primeira vez em quatro meses, fazendo com que as empresas aumentassem as suas aquisições de meios de produção da forma mais acentuada desde agosto", aponta-se.

 

O índice PMI de atividade empresarial sofreu em dezembro a "pior contratação mensal" desde agosto de 2020, devido à tensão pós-eleitoral, caindo para 46,4 pontos, face aos 48,4 em novembro, recuperando ligeiramente, embora ainda em terreno negativo, em janeiro (47,5).

Em fevereiro, o índice PMI voltou a terreno positivo, fixando-se em 50,9 pontos, melhoria que "foi a primeira registada desde outubro do ano passado, depois de os dados dos inquéritos recentes terem destacado um declínio acentuado das condições económicas devido aos protestos pós-eleitorais".

Indicadores do PMI acima de 50 pontos apontam para uma melhoria nas condições das empresas em relação ao mês anterior, enquanto indicadores abaixo desse valor mostram uma deterioração.

O indicador PMI (Purchasing Managers Index, em inglês) publicado mensalmente pelo Standard Bank resulta das respostas de diretores de compras de um painel de cerca de 400 empresas do setor privado.

"As expectativas relativas à atividade futura permaneceram positivas em fevereiro. Cerca de 36% dos inquiridos esperam que a produção cresça, tendo-se baseado na esperança de um maior número de clientes e de aquisições das empresas. Contudo, o grau de otimismo enfraqueceu desde janeiro e foi um dos mais baixos registados nos últimos quatro anos", alerta-se no estudo.

Citado no documento, o economista-chefe do Standard Bank Moçambique sublinha que "apesar de os protestos que se seguiram às eleições de outubro de 2024 terem começado a diminuir, registam-se ainda protestos esporádicos, num ambiente sociopolítico tenso".

"O sentimento empresarial permanece volátil e diminuiu em fevereiro. Apesar de mais de um terço dos inquiridos esperar um aumento da produção nos próximos 12 meses, o grau de otimismo foi um dos mais baixos dos últimos quatro anos", aponta Fáusio Mussá, salientando que o PMI "sugere um crescimento das pressões sobre os preços em fevereiro, em grande medida devido aos custos mais elevados dos meios de produção no contexto de interrupções nas cadeias de abastecimento e alguma recuperação na procura".

"Não obstante as medidas para a redução do custo de vida anunciadas pelo Governo, que podem implicar a remoção do IVA de alguns alimentos básicos, prevemos que ocorram novas pressões fiscais, o que em conjunto com os desequilíbrios entre a oferta e a procura de moeda externa no mercado cambial, e eventos recorrentes associados às alterações climáticas, possam provocar um aumento da inflação", nota.

O economista-chefe do Standard Bank afirma mantém a previsão de aumento da inflação em Moçambique para 6,1% em dezembro, face aos 4,2% em dezembro de 2024, e de crescimento económico de 3% este ano, contra 1,8% em 2024.

Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro, que deram vitória a Daniel Chapo.

Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.

Desde outubro, pelo menos 353 pessoas morreram durante os protestos, de acordo com a Plataforma Decide, que acompanha os processos eleitorais.

Leia Também: Custo com juros da dívida de Moçambique cresce 12% num ano

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