"Instabilidade pode ser inimiga ou a melhor professora" para as empresas

Empresas devem construir uma resiliência estratégica ao invés de esperarem por estabilidade para tomar decisões. "O problema não é a instabilidade política, é a dependência das empresas em relação ao Estado", considera Rita Maria Nunes, da TAB Portugal.

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© TAB Portugal

Beatriz Vasconcelos
19/03/2025 10:10 ‧ há 11 horas por Beatriz Vasconcelos

Economia

crise política

A recente instabilidade política gerada pela queda do Governo pode ser um desafio para as empresas, mas também pode ser vista como uma oportunidade. Rita Maria Nunes, country manager da The Alternative Board (TAB) em Portugal, sublinha, em declarações ao Notícias ao Minuto, que as organizações devem construir resiliência para responder a estes cenários. 

 

"A instabilidade pode ser inimiga, mas também pode ser a melhor professora. Depende do que as empresas fazem com ela", apontou. 

Na opinião de Rita Maria Nunes, os empresários não devem esperar pela estabilidade para tomar decisões, mas antes construir uma resiliência estratégica:

"Se há algo que já devia estar claro para os empresários portugueses, é que esperar por estabilidade para tomar decisões é o mesmo que esperar por bom tempo para atravessar o oceano – pode nunca acontecer. Em vez de nos lamentarmos recorrentemente pela falta de previsibilidade, as empresas precisam de construir uma resiliência estratégica que as torne inabaláveis, independentemente de quem esteja no poder", explicou. 

Ao Notícias ao Minuto, a country manager da TAB em Portugal considerou que "vivemos num mundo onde tudo muda a uma velocidade vertiginosa".

"O problema não é a instabilidade política, é a dependência das empresas em relação ao Estado. Se uma PME adia uma decisão estratégica porque 'é preciso ver o que acontece nas eleições', isso revela um problema de base: falta de resiliência e um modelo de negócio demasiado exposto a fatores externos. Nas economias mais maduras com empresas menos Estado-dependentes este tipo de mindset é impensável e de certa forma ridicularizado", apontou. 

Relativamente ao próximo Executivo, a country manager da TAB em Portugal diz que este "deve começar por entender algo fundamental: os empresários não precisam de um governo 'amigo', precisam de um governo que não atrapalhe".

"Menos Estado onde ele atrapalha (burocracia, fiscalizações incoerentes, complexidade legislativa absurda) e mais Estado onde ele é realmente necessário (infraestruturas, educação de qualidade, justiça eficiente)", rematou. 

"País teve três governos em 5 anos. Se fosse uma empresa, estaria falida"

Rita Maria Nunes, Country Manager da The Alternative Board (TAB) em Portugal, sublinha o impacto desta situação no tecido empresarial nacional e salienta a falta de visão estratégica. Aponta ainda que o "país funciona em ciclos curtos, de governações intermitentes, sem tempo para executar reformas estruturais".

Beatriz Vasconcelos | 11:05 - 18/03/2025

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