Confederação europeia de turismo teme que viagens para EUA caiam mais

O líder do bloco europeu de agências e operadores turísticos, Eric Drésin, disse hoje à Lusa que o número de europeus a visitar os Estados Unidos deverá continuar a cair, sobretudo devido a Donald Trump.

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Lusa
25/04/2025 09:08 ‧ há 6 horas por Lusa

Economia

EUA

Nos primeiros dois meses "falávamos de uma quebra de 10% em relação ao ano passado", mas a situação agravou-se depois do confronto verbal envolvendo o Presidente norte-americano e o homólogo ucraniano Volodymyr Zelensky, no final de fevereiro, disse o secretário-geral da Confederação Europeia das Associações de Agências de Viagens e Operadores Turísticos (ECTAA, na sigla em inglês).

 

Eric Drésin falava durante o primeiro dia da 13.ª Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau, que vai decorrer na região semiautónoma chinesa até domingo.

"A discussão na Sala Oval entre Zelensky e Trump prejudicou muito a imagem de Trump e a última decisão sobre as tarifas também foi muito negativa", afirmou, numa referência às taxas impostas às importações norte-americanas.

Como resultado, em março, a ECTAA registou "uma redução de 20%" na procura por viagens para os Estados Unidos, "um dos destinos mais tradicionais na Europa", sublinhou o dirigente.

Drésin explicou que as viagens de negócios sentiram "um declínio acentuado, sendo que "as perspetivas não são boas" para o resto do ano porque "a desaceleração da economia significa menos viagens de negócios".

O secretário-geral da ECTAA não tem dúvidas que o segmento das viagens de lazer "também será afetado".

Existe "uma minoria" de pessoas que não quer viajar para os Estados Unidos "só por causa de Trump", reconheceu Drésin, que apontou ainda decisões contra a comunidade LGBTQ como "um outro obstáculo".

Logo após tomar posse, em 20 de janeiro, Donald Trump aprovou várias ordens executivas a obrigar as agências federais norte-americanas a reconhecerem apenas o sexo feminino e masculino.

Em 28 de março, Portugal avisou os cidadãos de potenciais problemas em viagens para os Estados Unidos, com advertências específicas sobre a identidade de género e para o facto de um visto não dar entrada automática.

Em 09 de abril, o presidente da empresa de consultoria Tourism Economics, Adam Sacks, disse que as notícias de turistas europeus revistados e detidos à entrada dos EUA tiveram um efeito significativo.

O "alarido mediático" das detenções -- que nalguns casos chegaram a três semanas sem motivos concretos -- levaram países como França, Dinamarca, Alemanha, Finlândia e Reino Unido a avisar os seus cidadãos, disse Drésin.

As políticas agressivas da Administração Trump nas fronteiras levaram a Tourism Economics a prever que o turismo internacional para os Estados Unidos deverá cair 9,4% em 2025, quando a expectativa anterior era de um crescimento de 9%.

Mas o secretário-geral da ECTAA diz que há outros fatores em jogo, incluindo a taxa de câmbio entre o euro e o dólar, que "não é favorável aos europeus", e a "enorme inflação" nos Estados Unidos.

Segundo Drésin, uma vez que os europeus continuam a querer viajar, "existe uma boa oportunidade para a China se reposicionar como um destino atrativo, com gastronomia, natureza, cultura".

Leia Também: Agências de viagens acusam TAP de criar "distorções de mercado"

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