O The State of Grocery Retail 2025: Europe, hoje publicado pela McKinsey & Company e pelo EuroCommerce, analisa o setor do retalho em 2024 e regista que Portugal teve uma subida de 3,5% face a 2023.
O aumento foi impulsionado pela inflação, de 2,4%, e pela escolha de produtos mais caros (2,3%), apesar da redução de 1,2% no volume de vendas.
Em termos reais, as vendas cresceram pela primeira vez em três anos, com uma subida de 1,1%, "embora se mantenham 2,1% abaixo dos níveis de 2019" (antes da pandemia de covid-19).
Já na Europa, em 2024, os preços no setor do retalho alimentar cresceram pela primeira vez de forma real desde 2020.
Comparando com 2019, último ano completo antes da pandemia da covid-19, que perturbou as cadeias de abastecimento, as receitas na Europa cresceram 26,3%.
Ajustadas à inflação, as vendas continuam 4,1% abaixo do registado em 2019.
Os autores do relatório registam que 2024 "foi um ano desafiante para os retalhistas europeus" e que a pressão económica se manteve, "levando a um comportamento cauteloso do consumidor e a uma contenção generalizada nos gastos".
No mesmo sentido, as lojas 'discount' e as marcas próprias continuaram a ganhar quota de mercado, mas um ritmo mais lento do que em 2023.
O documento foi elaborado com base em entrevistas a quatro presidentes de empresas do setor e em inquéritos a mais de 30 líderes de empresas europeias e a mais de 14.000 consumidores em 13 países europeus.
A previsão para 2025 é que o crescimento em volume "permaneça baixo", e assim continue até 2030.
O foco dos retalhistas alimentar deverá passar para a captação de oportunidades de crescimento e para a criação de bases para futuros avanços, com os responsáveis das empresas do setor a mostrarem-se mais otimistas do que há um ano.
Para 2025, estima-se um aumento da diferenciação das marcas próprias (que deverão conquistar mais quota de mercado), da procura por alimentos saudáveis e a personalização como novo padrão de relação com o cliente, em particular com recurso a inteligência artificial.
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