Em comunicado hoje divulgado, a UGT disse que teve conhecimento de que houve diligências do Governo dos Estados Unidos da América (EUA) junto de empresas que operam em Portugal para que promovam "alterações ou a retirada de programas de promoção da diversidade, equidade e inclusão" e, em carta assinada pelo secretário-geral, Mário Mourão, manifestou-se preocupada por os EUA estarem a pôr em causa medidas essenciais na "concretização de um mundo mais democrático, mais justo e mais solidário".
"A UGT não pode deixar de manifestar a sua preocupação com a possibilidade de uma tal prática, atentos os princípios de acolhimento e de respeito mútuo pelos valores e princípios que regem os nossos dois países, os quais sempre se traduziram no integral cumprimento - e na promoção desse cumprimento -- da legislação em vigor em cada um deles", lê-se na carta da central sindical.
A UGT recordou que a Constituição portuguesa e os Tratados da União Europeia "garantem a igualdade e o direito à não discriminação com base no sexo, raça, religião, deficiência, idade ou orientação sexual" e que, em Portugal, as empresas "trabalham regularmente com os sindicatos para desenvolver programas que estimulem a igualdade e a diversidade, no pressuposto que, desta forma, se podem construir locais de trabalho livres de discriminação e de assédio".
Para a UGT, esse trabalho deve ser "respeitado, preservado e incentivado por todos, empregadores, trabalhadores, cidadãos e Estados".
O jornal Eco noticiou na segunda-feira que o Governo dos Estados Unidos enviou cartas a empresas em Portugal que lhe fornecem bens e serviços a indicar que devem abandonar programas de diversidade, equidade e inclusão, no seguimento da ordem executiva assinada em janeiro por Donald Trump.
Segundo a imprensa internacional, várias dezenas de empresas da União Europeia receberam uma carta da Embaixada dos Estados Unidos em que sugere que abandonem práticas de diversidade, igualdade e inclusão para continuarem a trabalhar com instituições estatais dos EUA.
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