"O Barómetro de Gestores Portugueses do mês de março reflete a preocupação dos gestores portugueses relativamente aos últimos acontecimentos na esfera política nacional", aponta a análise do Fórum dos Administradores e Gestores de Empresas (FAE).
Segundo salienta, "um mês marcado de turbulência, pela necessidade de novas eleições, transferiu a maioria das preocupações para 'Governo e política'", cujo peso passou de 19,1% para 42,1%.
Os receios relacionados com a "situação internacional" passaram, assim, para o segundo lugar, passando de 40,4% para 35,8%.
Relativamente estáveis, com pequenas descidas, mantiveram-se em março as preocupações com a "contratação e retenção de talentos" (9,6% para 8,4%), "legislação e regulação" (3,2% para 2,1%) "taxa de juro" (2,1% para 1,1%), "taxa de inflação" (1,7% para 2,1%) e "cadeias logísticas, abastecimento" (3,2% para 1,1%).
Já as maiores quedas, que o FAE diz terem sido "transferidas, muito provavelmente, para "Governo e política", registaram-se nas preocupações relativas a "impostos e tributação" (8,5% para 4,2%), "concorrência e modelo de negócio" (6,4% para 3,2%) e "digitalização, disrupção tecnológica" (4,3% para 1,1%).
A "corrupção" manteve-se estável, com 1,1%.
Quanto ao otimismo, o FAE refere que os valores voltaram a cair em março, "apesar da tendência ter sido ascendente nos meses anteriores" (2,44 para 2,30), sendo que "continua negativo desde setembro de 2023".
Lançado em setembro de 2021, o Barómetro Mensal dos Gestores Portugueses baseia-se num inquérito mensal aos associados do FAE sobre o que mais preocupa para os 12 meses seguintes, incluindo também o seu nível de otimismo e pessimismo para esse período.
Com as respostas -- normalmente entre 170 a 210 -- o Fórum constrói um barómetro mensal que indica, mensalmente e numa série longa, a evolução das preocupações e do otimismo dos gestores portugueses.
O FAE é desde 1979 a associação representativa dos gestores, contando entre os seus associados com os administradores e gestores das maiores empresas portuguesas, incluindo 12 presidentes executivos (CEO) do atual PSI.
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