Numa altura em que o tema do défice voltou à ordem do dia, o antigo ministro da Economia António Costa Silva disse, no domingo, que ter um pequeno défice não é um problema, desde que as contas públicas se mantenham controladas.
"Qual é o propósito de termos um excesso orçamental sine die? Um superávit como teve a Alemanha, que agora está numa situação difícil? Acho que temos de respeitar e equilibrar as contas públicas, mas também ver o que é que nós podemos salvaguardar em termos do investimento, do desenvolvimento e apoio e estímulo à economia", disse o antigo governante em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, apontando que "ter um pequeno défice ou ter um pequeno saldo orçamental, para mim, não é o problema".
Ressalvou, contudo, o seguinte: "Não podemos é deixar disparar e deixar de exercer o controlo nas contas públicas".
O antigo ministro da Economia disse ainda que o Governo anterior poderia ter usado alguma pequena parte do défice para negociar aumentos com algumas carreiras da Função Pública, tal como tem vindo a acontecer agora.
O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, disse na sexta-feira que a informação disponível até ao momento revela que Portugal deverá ter excedentes "nos próximos anos". Estas declarações surgem depois de um volte-face protagonizado pelo ministro da Economia, Pedro Reis.
Já a presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP), Nazaré da Costa Cabral, alertou na quinta-feira que o "mini ciclo de excedentes orçamentais pode estar terminado", sendo que não há margem para mais medidas sem encontrar políticas de compensação.
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