"Há determinação para continuar", afirmou Fátima Messias à agência Lusa.
A primeira fase de greves começou no final de março, em três empresas do Grupo Vidrala (Santos Barosa, Gallo Vidro e Vidrala Logistics), na Marinha Grande, distrito de Leiria, e, no início deste mês, na BA Glass, que tem unidades na Marinha Grande, Avintes (Porto) e Venda Nova (Lisboa).
Já a segunda fase de paralisações arrancou na sexta-feira e terminou hoje, na Santos Barosa e Gallo Vidro (Grupo Vidrala), face à "inflexibilidade e indisponibilidade negocial da administração do Grupo que voltou a recusar a reunião negocial proposta pela FEVICCOM", segundo uma nota de imprensa da Federação e do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira (STIV).
"As razões da luta mantêm-se: aumentos salariais dignos, respeito e melhores condições de trabalho", referiu a mesma nota.
Sustentando que a produção de garrafas foi aumentada para o dobro em dois anos, "com o mesmo número de trabalhadores", sendo que "o absentismo triplicou devido à exaustão, cansaço e acidentes de trabalho", a nota adiantou que "os trabalhadores são aliciados, intimidados ou persuadidos a vir trabalhar nas pausas para colmatar baixas".
De acordo com a nota de imprensa, "nunca o Grupo apresentou tantos lucros e distribuiu tantos dividendos como no ano de 2024", com os trabalhadores a reclamarem "respeito, reconhecimento e consideração".
A coordenadora da FEVICCOM salientou que a paralisação que agora terminou em duas unidades do Grupo Vidrala "teve, desde a primeira hora, uma elevadíssima adesão por parte dos trabalhadores em todos os turnos e em todas as equipas".
"Houve uma paralisação da produção de ambas as fábricas e isto também demonstra que, nesta segunda fase de greves, a força e a determinação e as reivindicações que apresentaram às empresas estão em cima da mesa, permanecem e os trabalhadores estão decididos a continuar a reclamar negociações efetivas por parte do Grupo Vidrala até se encontrar uma solução para o conflito", adiantou.
Na quarta-feira, a partir das 10h30, no STIV, na Marinha Grande, decorre uma reunião da Direção Nacional da Federação, para fazer um balanço das greves já realizadas e definir as próximas ações de luta no setor vidreiro.
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