O alerta do governante foi dado esta tarde, em Loures, no distrito de Lisboa, durante a cerimónia de relançamento do concurso para a construção do metro ligeiro de superfície Loures - Odivelas (Linha Violeta), que contempla um valor de 600 milhões de euros.
No primeiro concurso para a Linha Violeta, no ano passado, as propostas apresentadas pela Zagope e pelo consórcio da Mota-Engil foram excluídas por excederem o preço base, que era de 450 milhões de euros.
"Assistimos a suborçamentação na habitação, na alta velocidade, também aqui no Metropolitano. Isso atrasa o desenvolvimento, o investimento e estamos a atrasar a vida dos portugueses. O que aqui ouvimos são anos de espera para centenas de milhares de pessoas. Temos de aprimorar estes processos", defendeu o governante.
Em março, o Conselho de Ministros aprovou uma proposta que permite o reforço do financiamento da Linha Violeta em 150 milhões de euros ao custo total do investimento, permitindo o aumento de cerca de 28% do valor da empreitada, num valor base de 600 milhões de euros.
A esta verba há que acrescentar 77,5 milhões de euros destinados aos custos com expropriações e a todas as assessorias ao projeto, das quais se destacam a revisão de projeto e a fiscalização da obra.
O prazo para apresentação de propostas para o novo concurso é de apenas 45 dias, após publicação no Jornal Oficial da União Europeia.
Hoje, tanto o presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão (PS), como o de Odivelas, Hugo Martins (PS), sublinharam a importância da infraestrutura para a mobilidade nestes concelhos e na Área Metropolitana de Lisboa.
"Este é um processo que a Loures é muito caro. O concelho de Loures tem mais de 200 mil pessoas e tem uma zona oriental muito densa e tem esta zona norte que não é servida por nenhum meio de transporte pesado. Portanto, esta zona norte do concelho de Loures ansiava há muito tempo pela expansão do metro aqui", afirmou Ricardo Leão.
Já o presidente da Câmara de Odivelas destacou os benefícios para o concelho em termos de mobilidade e ambiente.
"Com a vinda do metro aqui à zona do Infantado [Loures] os passageiros são apanhados mais a montante, o que nos vai libertar estacionamento, pressão, reduzir as emissões de dióxido de carbono e de gases para a atmosfera. Portanto, este projeto é muito importante para Odivelas", apontou o autarca.
O financiamento da Linha Violeta do Metro de Lisboa, anteriormente previsto com fundos do Plano de Recuperação e Resiliência, vai passar pelo Banco Europeu do Investimento, Orçamento do Estado e Fundo Ambiental.
A Linha Violeta, com 11,5 km de extensão, contempla 17 estações: nove no concelho de Loures (que servirão as freguesias de Loures, Santo António dos Cavaleiros e Frielas, numa extensão de cerca de 6,4 quilómetros) e oito no concelho de Odivelas (para servir as freguesias de Póvoa de Santo Adrião e Olival de Basto, Odivelas, Ramada e Caneças), numa extensão total de cerca de 5,1 quilómetros.
As estações terão diferentes tipologias, sendo 12 de superfície, três subterrâneas e duas em trincheira.
Segundo previsões do Metropolitano de Lisboa, no primeiro ano de exploração a Linha Violeta será procurada por 9,5 milhões de passageiros, ajudará a reduzir em 4,2 mil toneladas a produção de dióxido de carbono e evitará, diariamente, a entrada na cidade de Lisboa de 12,8 mil viaturas.
Leia Também: País deve apostar nos empresários "remunerando melhor o investimento"