A decisão segue-se a um corte de 0,25 pontos percentuais em fevereiro, o terceiro desde que o Banco da Coreia (BoK, na sigla em inglês) retomou o ciclo de flexibilização monetária, em outubro, depois de o ter interrompido em agosto de 2021.
A decisão de deixar a taxa inalterada ocorre no contexto de uma alta volatilidade da moeda sul-coreana, o won, devido em parte às tarifas alfandegárias impostas pelos Estados Unidos e ao aumento das tensões políticas internas.
"Foi considerado apropriado manter o nível atual da taxa de juro de referência e continuar a avaliar quaisquer alterações nas condições internas e externas", anunciou o BoK, em comunicado.
O banco central sublinhou a "elevada incerteza quanto à trajetória futura das perspetivas económicas devido a alterações nas políticas tarifárias dos Estados Unidos" e salientou igualmente a necessidade de "acompanhar a elevada volatilidade da taxa de câmbio e a evolução dos empréstimos às famílias".
O texto refere ainda que, devido ao fraco desempenho no primeiro trimestre e à deterioração das condições comerciais, os riscos de abrandamento do crescimento se alargaram.
O BoK afirma que a procura interna irá abrandar ligeiramente no futuro, assim como as exportações continuarão a desacelerar, devido à incerteza persistente sobre as condições comerciais.
Consequentemente, o banco central não exclui uma possível contração do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, estimando como provável que a taxa de crescimento deste ano seja inferior à previsão de 1,5%, feita em fevereiro.
O governador do BoK, Rhee Chang-yong, corroborou esta posição numa conferência de imprensa, afirmando que os reguladores "estão num túnel escuro" e que preferem moderar o ritmo e observar até que a situação se torne mais clara.
O responsável acrescentou que a taxa de crescimento do primeiro trimestre poderá ficar abaixo do valor de 0,2% estimado em fevereiro, não excluindo mesmo um resultado negativo.
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