O Banco Central Europeu (BCE) decidiu hoje baixar as taxas de juro em 25 pontos base, como já era antecipado pelos mercados, a sétima redução desde que iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
Esta decisão é tomada numa altura em que, apesar da economia da área do euro ter "vindo a reforçar a sua resiliência a choques mundiais", as "perspetivas de crescimento deterioraram-se devido às crescentes tensões comerciais", admite o BCE em comunicado.
"É provável que a incerteza acrescida reduza a confiança das famílias e das empresas e que a reação adversa e volátil do mercado às tensões comerciais conduza a um aumento da restritividade das condições de financiamento", alerta a instituição liderada por Christine Lagarde, fatores que "podem afetar ainda mais as perspetivas económicas para a área do euro".
O Conselho decidiu, então, avançar com mais um corte de juros, tendo em conta a avaliação que faz das "perspetivas de inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária", sinalizando que "o processo desinflacionista está bem encaminhado".
As taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de depósito, às operações principais de refinanciamento e à facilidade permanente de cedência de liquidez serão reduzidas para, respetivamente, 2,25%, 2,40% e 2,65%.
Quanto a pistas para o futuro, é apenas indicado que, "especialmente nas atuais condições de excecional incerteza, [o conselho] seguirá uma abordagem dependente dos dados e reunião a reunião para decidir a orientação apropriada da política monetária".
A guerra comercial lançada pelos EUA já teve vários avanços e recuos, sendo que o Presidente dos EUA, Donald Trump, suspendeu por 90 dias as tarifas sobre a maior parte do mundo. Ainda assim, não o fez com a China, um dos seus principais parceiros comerciais, nomeadamente no domínio da tecnologia.
O Conselho do BCE assegura, no comunicado sobre a decisão de política monetária de hoje, estar "determinado a assegurar que a inflação estabiliza, de forma sustentada, no seu objetivo de médio prazo de 2%".
[Notícia atualizada às 13h57]
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