"Este incidente está a gerar impactos negativos nos setores representados pela AHRESP como, por exemplo, restaurantes e alojamentos turísticos a não conseguirem operar, enquanto outros apenas funcionam parcialmente", disse à Lusa a secretária-geral desta associação, Ana Jacinto.
Referindo que a AHRESP "acompanha com grande preocupação" esta falha no fornecimento de eletricidade, Ana Jacinto adiantou que apenas os restaurantes com sistemas que não dependem de energia elétrica (fornos a lenha, grelhadores ou fogões a gás) conseguiram hoje servir almoços.
A instabilidade elétrica, precisou, compromete também o funcionamento dos equipamentos de frio, "essenciais para a conservação dos alimentos dentro dos parâmetros de segurança alimentar".
Mas ainda que no imediato muitos estabelecimentos consigam acondicionar os produtos, a situação "não será sustentável por muito mais tempo, podendo resultar em perdas de produtos" e, consequentemente, em eventuais prejuízos financeiros.
O normal funcionamento dos restaurantes está também a ser afetado pelo facto de "grande parte dos sistemas de pagamento eletrónico" se encontrarem "inoperacionais".
Na vertente do alojamento turístico, Ana Jacinto apontou o impacto do encerramento do aeroporto de Lisboa na atividade e o caso de "inúmeros estabelecimentos" sem acesso às plataformas de reservas, o que está a causar constrangimentos no 'check-in' e no atendimento ao cliente.
Sublinhado a necessidade de uma "rápida resolução" desta situação, a AHRESP manifesta-se totalmente disponível para "colaborar e acompanhar" as respetivas ações do Governo, estando em contacto permanente com empresários e autoridades, disponibilizando todo o apoio necessário a estes setores.
A REN -- Redes Energéticas Nacionais confirmou hoje um corte generalizado no abastecimento elétrico em toda a Península Ibérica e parte do território francês e avançou que estão a ser ativados os planos de restabelecimento por etapas do fornecimento de energia.
O apagão registou-se às 11:30 de Lisboa.
Pelas 17:00 a REN avançou que a produção de eletricidade nas centrais hídrica de Castelo de Bode e termoelétrica da Tapada do Outeiro foi recuperada, estando em curso um processo "muito gradual" de retoma dos consumos.
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