Os portugueses vão começar a receber, nos próximos dias, as cartas relativas ao pagamento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e, ao contrário do que aconteceu nos últimos dois anos, não está já em vigor a cláusula de salvaguarda que determinava que o aumento do valor a pagar nas casas reavaliadas seria, no máximo, de 75 euros.
Em declarações ao Diário de Notícias e Dinheiro Vivo, o bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas referiu que é esperada “uma subida média de 35 a 40%”, lembrando que “depois da reavaliação dos imóveis, o agravamento médio do IMI deveria rondar os 350 e os 400%”.
Apesar de Domingues de Azevedo apontar aumentos até um máximo de 40%, admite que há casos, inclusivamente o seu, em que esta subida no valor do imposto a pagar pode chegar aos 500% - é proprietário de um prédio urbano.
“Os prédios comprados no ano 2000, o que é bastante recente, já sofrem um aumento significativo”, apontou.
Mas há situações em que o aumento é bem pior. Luís Menezes Leitão, da Associação Lisbonense de Proprietários garante conhecer casos em que “o valor patrimonial subiu 1000 e 8000%”, algo que “vai agora ser refletido no valor do IMI”.
Estes aumentos estão a preocupar Luís Lima, da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal que assegura que “as famílias não estão preparadas para suportar aumentos destes”.
“O património não pode ser visto pelo Estado como a árvore das patacas”, apontou.
Segundo o Diário de Notícias, serão cerca de 30% os portugueses que irão sofrer um aumento do IMI. O Executivo conta arrecadar 1,63 mil milhões de euros – um crescimento de 10% da receita comparativamente ao ano anterior.
Relativamente a isenções, o Estado acredita que serão 350 mil os portugueses que poderão beneficiar de uma isenção de pagamento do IMI devido a problemas de carência económica.