"Estão a jogar à roleta com a estabilidade do sistema financeiro português", lançou o gestor durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES/GES, realçando que o modelo de resolução adotado "nunca foi adotado em lado nenhum" para uma entidade da dimensão do Banco Espírito Santo (BES).
Mesmo reconhecendo que a resolução aplicada ao BES "é a solução que melhor protege os contribuintes", apesar da exposição que têm na qualidade de acionistas do banco público, a Caixa Geral de Depósitos (CGD), Ulrich insistiu que "a solução foi imprudente da forma como foi construída".
O responsável considerou injusto que tenham que ser os bancos que eram concorrentes do BES a pagar o seu colapso, através do Fundo de Resolução.
E ilustrou: "Acha normal que o PS vá à falência e as dívidas do PS sejam pagas pelo PSD, pelo BE e pelo PCP".
Ulrich, que respondia às questões colocadas por Clara Marques Mendes, deputada do PSD, defendeu que a medida de resolução "devia ter sido balanceada com outras componentes".
Insistindo que, na sua opinião, a resolução "não foi a melhor solução" e que "a solução podia ter uma componente de resolução como foi feita, mas não a única", o presidente do BPI disse que quanto mais tempo passa, mais convencido está desta ideia.
"Recuso em absoluto que era a única solução. Sobretudo, porque houve muito tempo. O fim de semana de 03 de agosto tem 48 horas, mas quem disse aqui como eu disse que provavelmente nos finais de 2013 já não havia soluções boas [para o Grupo Espírito Santo] e que a situação vem pelo menos de 2011 e, no caso do BESA [BES Angola] desde 2009, não aceito a tese que não havia outra maneira e que tinha que ser assim", vincou.