Fernando Ulrich, que falava aos jornalistas para apresentar os resultados do primeiro trimestre do ano do banco, adiantou que não era a possível desblindagem dos estatutos que "estava a prejudicar o ritmo do andamento da Oferta Pública de Aquisição (OPA)", mas sim as respetivas autorizações das entidades supervisoras.
"Nada disto perturba a gestão do banco", disse o presidente executivo do BPI, adiantando que "não é a oferta nem a votação de ontem [quarta-feira, na assembleia-geral] que" perturba, até porque "é diferente se a oferta tivesse sido lançada por um concorrente - mas não é - é lançada por alguém da 'casa'", referindo-se à OPA do CaixaBank.
Sobre o convite de Isabel dos Santos, através da Santoro, para se iniciar conversações entre o BPI e o BCP no sentido de uma fusão, Fernando Ulrich voltou a afirmar o que o Conselho de Administração do banco decidiu: "Vamos fazer cada coisa de cada vez. Primeiro vamos clarificar a OPA, deixá-la seguir o seu caminho e depois se verão outras situações".
Para o presidente executivo do BPI, a própria clarificação da oferta "é um ponto relevante até para o próprio BCP, porque pode vir a encontrar uma entidade diferente, uma governação diferente".
O CaixaBank lançou a 17 de fevereiro uma OPA sobre a totalidade do capital do BPI a 1,329 euros por ação, um preço considerado baixo pela administração do banco português.
Duas semanas depois, a angolana Isabel dos Santos avançou uma proposta alternativa de fusão entre o BPI e o BCP.