"Uma resolução como a do BES [Banco Espírito Santo] já não é possível, na nova lei que está agora em vigor os depositantes podem ser chamados a participar na recapitalização do banco resolvido antes dos acionistas dos outros bancos, como aconteceu no caso do BES e portanto a responsabilidade de quem gere bancos aumentou", disse Fernando Ulrich, no seminário "Corporate Governance: o impacto na reputação e no valor da banca", organizado pela Instituto Português de Corporate Governance e a OnStrategy, em Lisboa.
Por isso, detalhou, a responsabilidade aumentou para "a gestão, os acionistas e a supervisão", desde que a lei foi publicada há poucas semanas, porque, "se houver uma próxima vez", aqueles depositantes podem ser chamados a participar.
Ulrich acabou por deixar alguns recados e lembrou que a principal missão de um banco comercial, que capta depósitos, "é proteger esses depósitos dos clientes".
Depois, deve assegurar que o sistema de pagamentos funciona com eficiência e, em terceiro lugar, a concessão de crédito.
Sobre este último tema antecipou: "A concessão de crédito nos próximos 10 anos vai ser bastante mais exigente do que nos últimos 10 anos, o que é bom para a economia e os depositantes".