Joana Amaral Dias comentou ao Observador os “escândalos nacionais” como foi o caso do BPN, BES e BPP.
“O Estado deveria ter deixado cair seguramente o BPN. E isso é da responsabilidade do Governo PS e PSD. Foram seis bancos que nós resgatámos em seis anos, mas depois não há dinheiro para o Serviço Nacional de Saúde, para a Escola Pública e para a Segurança Social”, afirma a psicóloga.
A ex-bloquista chega mesmo a comparar o dinheiro investido nos bancos portugueses, com as dificuldades financeiras que os portugueses passam atualmente. “Houve dinheiro para o BPP, para o BPN, para o BES, para o BCP, mas não houve para os nossos velhos, muitos deles sem possibilidade de comprarem medicamentos, de se alimentarem como deve ser. Nós temos de pensar e repensar a banca privada”, frisa.
“Eu não aceito que nós tenhamos nacionalizado o BPN por sete mil milhões e que o tenhamos vendido depois ao BIC por 40 milhões. Nós enterrámos lá sete mil milhões e depois vendemos por 40 milhões? Isto é um insulto à inteligência e à dignidade de qualquer português”, acrescenta.
Ainda em tom de crítica, Joana Amaral Dias alude “ao português que trabalha dez horas por dia por menos de 600 euros por mês e que não consegue pagar a sua fatura de eletricidade”.
“O caso BES é outro escândalo nacional. A nossa classe governativa dominante sabia muito bem o que se passava no BES. Das duas uma: ou a troika e o nosso Governo são completamente incompetentes e não faziam a menor ideia do que se passava no BES, ou sabiam desde o momento em que aterraram na Portela o cancro que era o BES e ocultaram-nos as contas”, assegura.
Neste sentido, conclui, o Governo “deveria nacionalizar o BES, obviamente. Porque é que deveria estar a cobrir os prejuízos de outros?”, questiona.