"Sem se pôr ordem nas contas públicas não se obtém o resto"

Durante o programa 'Olhos nos Olhos', da TVI24, Medina Carreira defendeu o propósito das medidas da troika, mas assume que os acordos feitos pelo Eurogrupo não se adequam à realidade dos países em crise económica.

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Notícias Ao Minuto
29/06/2015 22:53 ‧ 29/06/2015 por Notícias Ao Minuto

Economia

Medina Carreira

Medina Carreira afirma que a “austeridade” é uma via necessária quando os países contraem dívidas superiores ao PIB e acumulam dívidas públicas. No comentário durante o tempo de antena da TVI24, o jurista disse que “a troika tem razão” e que “não se mexe nas contas públicas sem se mexer nos salários e nas pensões”.

No entanto, Medina Carreira refere que o grande erro dos acordos feitos pelo Eurogrupo “é querer fazer em três anos aquilo que só se faz em seis”. O ex- subsecretário de Estado do Orçamento  sublinha ainda que “um pequeno erro político, nos dias de hoje, é dificílimo de corrigir”, uma vez que essas falhas de governação “traduzem-se em aumentos de despesas públicas”.

Quanto aos possíveis caminhos para o combate ao défice e para um programa de investimento, Medina Carreira afirma que as previsões do PSD/CDS e PS de crescimento acima dos 2% são “previsões eleitorais”, afirmando que apenas as previsões de 1,7% feitas pela troika “são as únicas previsões minimamente realistas”.

As medidas tomadas pela troika merecem o respeito do jurista português, que afirma serem a única alternativa para colmatar a dívida. “Fica toda a gente zangada quando alguém diz uma coisa certa. Se o problema da despesa publica não se resolver com o FMI, não vejo como se resolverá”, disse. Medina recorreu ainda ao exemplo da Letónia, que conseguiu abater a dívida que contraiu, para afirmar que “sem se por o mínimo de ordem nas contas publicas, não se obtém o resto”.

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