"Tentou-se na parte final fazer uma abordagem de consolidação com uma instituição nacional que fazia, na minha opinião, todo o sentido", afirmou o responsável.
Amado respondia sobre a intenção de integrar o Banif na CGD, revelada pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, em dezembro, no parlamento, dois dias após a resolução do banco e da venda de parte da sua atividade comercial ao Santander Totta.
"Falou-se muito disso na parte final com os constrangimentos e impedimentos que conhecemos", sublinhou Luís Amado durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito ao Banif.
De resto, o antigo líder não executivo do Banif revelou aos deputados que colocou o seu lugar à disposição assim que o Estado injetou 1,1 mil milhões de euros no banco, passando a controlar mais de 99% da instituição.
"Quando o Estado entrou no banco, meti o meu lugar à disposição do ministro das Finanças e do governador do Banco de Portugal que me pediram para continuar no banco em prol da estabilidade do sistema financeiro", informou.
Confrontado com outra questão, relacionada com a União Bancária, Luís Amado disse que "a União Bancária foi uma espécie de rolo compressor que se sentiu" e que o Banco de Portugal, do seu ponto de vista, "foi muito pressionado por essa situação".
E realçou: "Não tenho nenhuma dúvida de que essa perspetiva teve influência nessa situação".
Defendendo a atuação da equipa de gestão liderada por Jorge Tomé, Luís Amado indicou apenas que o presidente executivo "podia realmente ter antecipado em alguns meses o plano de recuperação", insistindo que o gestor "fez o que tinha que fazer" enquanto esteve no comando do Banif.